“Quero deixar o nome de Donaldo Ritzmann eternizado em um livro que, espero, ainda seja lido, desfrutado e comentado daqui a 100 anos.” Este foi o objetivo da escritora Tanja Viviane Preissler, que lança nesta terça-feira (07), às 20 horas, na Sociedade Ginástica e Desportiva São Bento, a biografia “Donaldo Ritzmann – Uma vida dedicada à música”.
Não poderia haver outra pessoa para contar essa história, afinal, Tanja foi aluna da escola e também conviveu com o próprio Donaldo. A ideia de produzir a obra literária partiu de Cláudia Trevisan, neta de Ritzmann. “Ela me disse que precisávamos escrever um livro porque um dia ninguém saberia quem ele foi, apesar de a escola ter seu nome, e me propus a escrever”, relata.
Para cobrir as despesas, a obra foi um dos projetos selecionados pelo Edital Arno Fendrich de Apoio à Cultura de 2022. Foram 13 meses de pesquisa, escrita e entrevistas com familiares, como a filha mais nova, Lolita Ritzmann Mello, além de ex-alunos, professores e amigos que conviveram com Donaldo.
A autora também contribuiu para o projeto gráfico. A maioria dos exemplares será doada para escolas e outras entidades, mas o livro também está à venda, por R$ 40, na própria escola e na Banca Gibi. Além disso, no dia 22 haverá uma tarde de autógrafos na Sociedade Literária São Bento.
A menina dos olhos
Algumas pessoas associam seu nome à escola, outras o conhecem pela Farmácia Bollmann. Mas, quem foi Donaldo Wilhelm Johannes Ritzmann? Ele nasceu em Joinville, em 1909, filho de Ernesto Ritzmann e Targina Bollmann.
Mais tarde, devido a problemas de saúde, especialmente respiratórios, seus pais decidiram enviá-lo para São Bento do Sul, onde o clima era mais adequado para sua saúde. Lá, foi criado pelo avô materno, Guilherme Bollmann, fundador da farmácia mencionada.
Com o passar dos anos, acostumado com o trabalho no estabelecimento, Donaldo também se tornou farmacêutico. No entanto, sua verdadeira paixão era a música. Ele tocava violino e, em 1954, fundou a Escola de Música Donaldo Ritzmann.
O livro tem 198 páginas e é escrito de maneira leve e envolvente, características da autora. Ele era conhecido como Seu Donaldo, um apelido carinhoso dado por amigos e familiares. Alguns talvez o recordem por sua personalidade rígida e exigente, sempre buscando o melhor para sua amada escola.
Tanja cita em seu livro: “Donaldo Ritzmann não era carismático, pelo contrário, era sempre sério, seco, como se costuma dizer. Tinha seu lado humorado também, mas era raro”. Nas audições, onde os alunos se apresentavam, ele os presenteava com chocolates Buschle. “Era tudo uma grande família”, conta.
Se hoje Tanja é a autora do livro, no passado ela era uma das alunas, iniciando sua trajetória aos 11 anos, aprendendo a tocar piano e, posteriormente, flauta e clarinete. Hoje ela recusa a distinção, mas foi uma das preferidas de Seu Donaldo, sendo uma das últimas professoras contratadas pelo farmacêutico. Ele se aposentou da direção da escola em 1990 e faleceu em 1995, aos 86 anos.
Mesmo 28 anos após sua morte, seu legado permanece vivo, e, graças ao seu amor pela música, São Bento do Sul tornou-se um polo de instrumentistas. “Ele foi o alicerce. No dia em que Seu Donaldo for esquecido, a escola não será mais o que é. Ele fez um trabalho tão grandioso que perdura”, conclui.
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