O secretário de Agricultura, José Ermínio Grein, esteve na sessão da Câmara de Vereadores, nesta segunda-feira (11), a fim de prestar esclarecimentos sobre o edital da Expoama e em relação à apuração do Ministério Público Estadual sobre a destinação do material da demolição da antiga Escola Municipal de Jovens e Adultos (Emeja). Além de falar sobre o programa Porteira Aberta, desenvolvido pela pasta.
No entanto, durante mais de meia-hora de sabatina, Grein se esquivou das perguntas e irritou alguns vereadores. Sobre a Expoama, disse que pelo fato do Tribunal de Contas do Estado ter um processo aberto, não poderia comentar. E sobre o caso da Emeja, alegou que pelo MP ter arquivado o caso, também não poderia falar.
A vereadora Carla Hofmann (PSD), autora do requerimento para que Grein fosse à Câmara, questionou sobre o pedido feito por ele para inclusão do chope sem glúten na licitação da Expoama, o que foi apontado como direcionamento por parte do TCE.
Em resposta, Grein disse que não sabia de nada, porém, Carla tinha em mãos um documento assinado digitalmente por Grein, pedindo para que o pregoeiro oficial da Prefeitura incluísse o tal chope sem glúten na licitação.
Mais uma vez, o secretário disse que não se lembrava e a vereadora então entregou uma cópia do ofício a Grein, para que “ele se lembrasse” do que havia assinado. Mas, em resposta, o secretário insistia em dizer que como o fato está no TCE, não teria como se manifestar.
Cobranças
Por conta das respostas evasivas de Grein, a presidente Zuleica Voltolini (PP) solicitou ao secretário que respondesse ao que era perguntado, pois ele estava na Câmara justamente para prestar esclarecimentos.
Na mesma linha, Jairson Sabino (PSDB) lembrou da legislação que determina que os secretários presentes devem responder aos questionamentos, sob pena de cometer crime de responsabilidade. A líder de governo, Terezinha Dybas (PSDB) ainda tentou, sem sucesso, amenizar, dizendo que o local ali não era de depoimento, e sim de esclarecimentos.
E assim seguiu…
Carla ainda fez duras cobranças a Grein sobre a apuração do Ministério Público, onde servidor da Agricultura teria levado embora material que pertence ao patrimônio público. Ela ainda apontou depoimentos feitos pelos envolvidos no caso. “Eles teriam algum motivo para mentir?”, questionou ela ao secretário, que mais uma vez tentou sair pela tangente.
O caso somente foi arquivado pelo MP depois que o material foi devolvido e há alguns dias o servidor exonerado. Neste ponto, a vereadora mais uma vez fez cobranças a Grein, perguntando a quem o servidor era subordinado. O secretário chegou a dizer que ele tinha liberdade de agir dentro da pasta, e a vereadora reforçou a pergunta, quando Grein então disse que o servidor era seu subordinado.
Denúncia
Outro ponto levantado na sessão foi sobre um diretor da Secretaria de Agricultura que batia ponto e saía do trabalho para cumprir estágio na universidade. Jairson Sabino disse que o caso vai ser denunciado ao MP, especialmente para saber quem abonava o ponto do diretor, aumentando a pressão sobre o secretário.
Dois coelhos
Além de Grein, foram feitas cobranças tendo como endereço o vereador Luiz Pesenti (PSD), o qual é servidor da Secretaria de Agricultura. Parlamentares questionaram o secretário sobre pessoas não graduadas em medicina veterinária cumprindo papel destes profissionais. Pesenti é técnico agrícola.
Inclusive houve questionamentos sobre pagamento de sobreaviso aos fins de semana. Um dos que levantou a questão foi Darlan Guliani (Cidadania) e quando Pesenti pediu um aparte, o vereador perguntou: “É para o vereador ou para o técnico da Secretaria?”. Pesenti respondeu: “para o técnico”. Darlan então arrematou: “não, não dou aparte!”.
Texto retirado do Panorama Político da edição do jornal impresso desta quarta-feira (13).
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