As palavras do vice-prefeito Arildo Gesser (PT) têm tirado o sossego dos comandantes do PT na cidade. No entanto, a pressão maior parece vir da organização do partido em âmbito estadual, por força do comando federal. A exemplo de outras cidades, em São Bento o presidente Airton Anhaia também está incumbido de sair em defesa do partido.
Anhaia esteve em A Gazeta, acompanhado de Álvaro Júnior Linhares Trentini, secretário de organização do PT em São Bento do Sul, para fazer ponderações sobre a possibilidade de Gesser sair do partido. “Poxa, o PT proporcionou a ele a maior oportunidade que um político do partido já teve em São Bento do Sul. Tem mérito para isso? Sem humildade e sem saber perdoar, não seremos nada”, pondera.
Atuação na região
O presidente destaca que a atuação do governo petista na região é bastante relevante. Destaca o Instituto Federal Catarinense, que vai chegar a R$ 18 milhões de investimentos e será capaz de atender 1,2 mil estudantes. Além disso, destaca a Praça do PAC, em Serra Alta, com outros R$ 2 milhões de investimentos, assim como a creche do Loteamento Alpestre, que teve R$ 1,2 milhões de recursos aplicados pelo governo federal. Na Vila União, acrescenta outra creche, que recebeu investimentos de R$ 700 mil, outros R$ 800 mil para o aterro sanitário.
No saneamento básico, outros R$ 2 milhões − mais R$ 12 milhões que estão em fase de licitação. Uma casa abrigo está em fase de construção com injeção de recursos também do governo federal. “Temos outros investimentos, como no museu e no Departamento do Meio Ambiente, nas proximidades do trevo de acesso a Curitiba; muros e gabiões na serra de Corupá; trevo em Volta Grande; as marginais na chegada de Mafra, na chegada de Canoinhas; trevo de acesso a Volta Grande, Papanduva e Monte Castelo; pavimentação no trecho de Irineópolis até Porto União; 338 casas no Alpestre. São apenas algumas das conquistas da região”, expôs.
Conforme o presidente petista, se existe um lugar onde as brigas acontecem, é na política. Ainda mais no PT, onde os componentes são rebeldes por natureza. Para ele, é necessário que os integrantes tenham a noção de que é natural que brigas aconteçam, mas que há necessidade de saber relevar e perdoar os companheiros para que a situação possa se voltar em favor da população. “Até porque ninguém é perfeito, e isso se aplica a todos nós que estamos na sigla, independentemente do cargo que ocupamos”, acrescenta.
Nacional
Para Airton, um dos maiores problemas do PT no momento ocorre em âmbito nacional. Em sua avaliação, o atual modelo político obriga a busca de alternativas para se obter a governabilidade. E deseja que ela venha a reboque de um sistema de financiamento empresarial das campanhas eleitorais. “Na minha modesta opinião, o financiamento empresarial é, no momento, a célula principal da corrupção no país. Quando se faz uma doação, acontece de maneira legal com preenchimento de todos os formulários exigidos por lei. Os grandes montantes de recursos destinados para as campanhas, no entanto, são para a compra de voto”, opina.
Conforme o presidente petista, ainda existe uma perseguição notória da grande mídia, classificada por ele como sanguinária e eletista, contra o PT e contra o sistema de governo do partido. “Basta prestar atenção nas manchetes de jornais nas grandes emissoras do País, em que políticos do PT e outras pessoas ligadas à sigla são sempre o foco”, diz.
Anhaia diz que a verdade precisa ser dita em todas as esferas, mas levando em conta que o PT não é uma igreja nem os integrantes da sigla são santos. Para ele, as denúncias contra corruptos estão sendo investigadas, e integrantes de vários partidos estão na lista, no entanto apenas os do PT ganham destaque.
