Um caso de maus-tratos em animal chamou a atenção e gerou comoção nas redes sociais. Agindo de má-fé, alguém deu um pedaço de carne com pequenos anzóis de pesca presos para uma labradora comer. Ao ingerir o alimento, o animal começou a passar mal e teve de ser internado em uma clínica veterinária.
A dona da labradora, Denise Stiegler, reside na Parque Mariane, na Rua Olimpio Vidal Teixeira, e relata que esta não é a primeira vez que enfrenta problemas com alguém querendo atingir o seu cão. “A Jade, nossa labradora, começou a vomitar sangue com vidro. Descobrimos que jogaram carne ou algum tipo de alimento com cacos de vidro dentro, e ela, inocente, engoliu”, diz e segue. “Ela ficou internada numa clínica veterinária por dois dias e, graças a Deus e com a ajuda de medicação, conseguiu expelir o material”, relata.
Porém, um tempo depois, a situação voltou a se repetir. “Na vez seguinte, não contentes, jogaram carne com vidro e agulhas. As agulhas ficaram dentro do estômago dela, e, também com ajuda de medicamentos, ela conseguiu expelir tudo”, diz. Para evitar que a situação voltasse a ocorrer, Denise passou a deixar sua labradora somente nos fundos de casa.
Medidas legais
Denise registrou um boletim de ocorrência relatando a situação para buscar justiça. O delegado Odair Rogério Sobreira Xavier explica que o caso será encaminhado ao fórum. “A proprietária do cachorro já foi ouvida, agora vamos ouvir testemunhas para ver se conseguimos localizar o responsável por isso”, relata. Ele comenta que o responsável pela situação pode ser indiciado por maus-tratos em animais, podendo pegar até um ano de prisão, além de multa e pagamento de outras sanções.
Denúncias
As denúncias de maus-tratos em animais podem ser feitas pelo e-mail bemestaranimal@saobentodosul.com.br ou pelo telefone da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, 3633-1132.
Mas na semana passada o animal acabou ficando livre por algum momento, quando novamente a situação se repetiu, dessa vez com anzóis de pesca. A cadela conseguiu expelir via oral vários anzóis ainda em casa. Depois, foram quatro dias internada na clínica veterinária, até conseguir expelir todo o conteúdo. Denise conta que pretende instalar câmeras em casa, para evitar que isso volte a ocorrer. Ela tem suspeitas de quem possa ter feito isso com sua labradora, mas não tem provas que sustentem a sua proposição. “Espero que isso não ocorra mais, é um ato cruel, desumano”, lamenta.
O médico-veterinário da clínica Brisa Animal, João Carlos Gonçalves, é responsável pelos tratamentos médicos da labradora desde que era um filhote e relata que um anzol acabou ficando dentro do estômago dela. Como uma cirurgia nessa situação poderia ser de risco, a opção foi aguardar e deixar o animal em repouso e observação, para ver se o objeto seria expelido pelas fezes, o que por sorte ocorreu.
O médico relata que, em seis anos de profissão, nunca havia se deparado com um caso dessa gravidade. “Isso é pior do que o veneno, pois vai perfurando o animal e cria uma infecção generalizada, causando uma morte muito dolorosa, tem que ser bem cruel para fazer isso”, lamenta.