Faleceu nesta segunda-feira (02), em Joinville, Ilse Dóris Lindner Piccinini, aos 86 anos. Dóris, como era carinhosamente chamada na cidade de Rio Negrinho, era professora, escritora, cronista e poetisa. Também dedicou parte da sua vida realizando trabalhos voluntários nos bairros e no interior do município.
Filha de Pedro e Gertrudes Lindner, Dóris nasceu em 18 de fevereiro de 1929. Filha de imigrantes alemães, casou-se aos 18 anos com Felici Piccinini, também já falecido. Começou a lecionar no interior quando era muito nova, devido à formação no curso complementar, considerado então o curso necessário para se tornar professor. Alguns anos depois, passou a ensinar no Grupo Escolar Professora Marta Tavares e no Colégio São José, na época Educandário Santa Terezinha.
Assim que se aposentou, Dóris começou a desenvolver trabalhos voluntários com foco na orientação dos menos favorecidos, por meio do projeto Recriar. Nas horas vagas, se dedicou à escrita, publicando artigos em um jornal da cidade. Colaborou ainda com crônicas e poesias na Rádio Rio Negrinho e, em 2001, lançou seu primeiro livro, “Retratos Poéticos”. A paixão pelos livros fez com que publicasse mais uma obra, “Caminhos”. Mesmo com tantos projetos, ela ainda se tornou membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, fundada em 8 de novembro de 2002. Na entidade ocupou a cadeira número 9.
Em 2002 foi sorteada pelo projeto “Alexandria Egito – a maior biblioteca do mundo”, da Unesco, com o texto “Por que chora a tarde”. Durante a sua trajetória, recebeu inúmeras homenagens, como o prêmio “Destaque Expressão”, em 1998, pelos relevantes serviços prestados a sociedade, o qual foi entregue pelo Rotary Club Rio Negrinho. Já em 2001, foi honrada com o prêmio “Jean Harrys”, conferido pelo Rotary Internacional pela atuação no desenvolvimento e progresso da mulher. A última homenagem foi recebida na Câmara de Vereadores, com o título de “Ordem do Mérito Municipal”, pelos relevantes trabalhos realizados no município.