Essa é mais uma história de heroísmo em São Bento do Sul. Enquanto esperava o ônibus para ir até a casa da namorada, no último domingo, dia 25, um jovem de 19 anos viu uma mulher desesperada e com uma criança nos braços. A pequena, de apenas dois meses, estava engasgada e o jovem herói não pensou duas vezes em ajudar aquela família. Graças ao seu treinamento no Exército e ao conhecimento repassado pelo pai, que foi bombeiro, ele salvou a menina.
O jovem herói se chama Gabriel Kuchller, soldado do Exército Brasileiro em Mafra. Ele conta que eram por volta das 20h40 quando esperava o ônibus no bairro Oxford. “Fui para o ponto de ônibus esperar para ir para Serra Alta, na casa da minha namorada. Provável que cheguei atrasado no ponto e o ônibus já tinha passado”, contou.
Ainda aguardando, ele decidiu pedir um Uber, que aceitou a corrida e estava se deslocando até ele. “Quando chegou na rua que estava, eu vi ele na esquina da rua de cima e o motorista cancelou a corrida. Aí comecei a mandar mensagem para minha namorada para procurar Uber juntamente comigo, para ser mais rápido para achar motorista”, disse Gabriel.
Passados poucos minutos, ele conta que percebeu uma movimentação estranha em uma casa próxima. “Comecei a ouvir os gritos de socorro da mãe. De imediato peguei minha mochila e meu coturno e subi em direção a casa da mãe. Quando olhei em cima da rampa, vi a silhueta da mãe com uma bebê no colo”, relatou.
Ao notar que a bebê estava engasgada, Kuchller largou suas coisas e agiu rapidamente. “Não pensei duas vezes em pegar a neném e realizar a manobra de desengasgar. Ela já estava com a cor roxa e quase apagando, porém graças a Deus consegui!”, explicou.
Anjo na hora certa
Taise Krüger é mãe da pequena Isadora Maité. Ela, que mora no bairro Oxford, conta que a filha mamou por volta das 17 horas e dormiu logo depois. “Era umas 20h30 e ela acordou para mamar de novo. Troquei a fralda, tava brincando, ela dando risada, de repente virou para o lado, vomitou e paralisou. Peguei ela e tentava a manobra, mas não estava conseguindo. Desci na minha mãe, que é vizinha, gritando para chamar o bombeiro”, conta.
Enquanto o acionamento era feito, Taise e seu pai tentavam novamente a manobra quando viram Gabriel se aproximar. “Eu vi esse menino subir correndo, só vi que ele jogou as coisas dele no chão e pegou minha menina no braço, fazendo a manobra. Quando ele virou o rostinho para dar uma olhada, falei para Deus fazer sua vontade”, relatou Taise.
Nesse momento, Gabriel pediu para que a mãe de Taise auxiliasse abrindo a boca da menina. “Ela abriu a boca, ele bateu nas costas e ela vomitou. Foi um alívio, graças a Deus ele chegou naquela hora. Foi um anjo que Deus mandou. Deus preparou tudo isso para ele salvar a vida dela”, agradeceu a mãe de Isadora.
Conhecimento repassado
Gabriel contou que tinha conhecimento da manobra de desengasgue após instruções no quartel. “Sabia um pouco já, meu pai era bombeiro e tive algumas instruções aqui no quartel”, disse. “Primeiro sentimento foi agradecer a Deus. Peguei a responsabilidade para mim, segurei a neném e nem pensei no que poderia acontecer. Só depois de executar a manobra que pensei que ela poderia morrer nos meus braços. Graças a Deus que não aconteceu isso”, enfatizou.
Taise afirma que o jovem sempre procura saber como a menina está, visitando a família quando pode. “Ele se preocupou um monte. Na segunda-feira ele estava no quartel e ligou para a mãe dele ir lá ver como ela estava. Terça ele voltou para ver como ela estava também. São anjos que Deus manda na vida da gente. Somos praticamente vizinhos e eu nunca vi ele”, contou.
Após a ocorrência, Taise afirma que Gabriel permaneceu no local até a chegada da Polícia Militar e dos Bombeiros. “No desespero a gente não sabe o que faz. Sou eternamente grata por ele e por Deus ter usado ele para salvar minha filha. Achei que ia perder ela, só tem dois meses! Graças a Deus deu tudo certo e ela está bem”, concluiu.
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