Cerca de 400 pessoas que ocuparam uma área localizada no bairro Colonial. O local, autodenominado pelos invasores como comunidade Alto da Glória, é um terreno pertencente à Companhia de Habitação de Santa Catarina (Cohab) e o órgão estadual ingressou na Justiça solicitando a reintegração da área e o despejo dos invasores que ao longo dos últimos meses construíram barracos no local, os quais não possuem água tratada nem energia elétrica.
O imóvel começou a ser ocupado em abril do ano passado. Na esfera judicial, a Cohab solicitou à Justiça a expedição de um mandado de reintegração de posse do imóvel, inclusive com a utilização de força policial caso os invasores não deixem a área por vontade própria. Porém, alguns moradores não querem sair e se embasam numa suposta promessa de que o terreno seria vendido à Prefeitura por R$ 1 milhão, podendo assim eles permanecerem na área.
Os moradores da área invadida dizem que não têm para onde ir caso tenham que sair do local. Por isso, dizem que não pretendem desocupar o terreno. Tiego do Prado, que está com sua mulher gestante na ocupação, diz ter medo do uso policial no local caso seja determinada a reintegração. “Somos muitas pessoas desempregadas aqui. Mulheres, crianças, idosos e pessoas deficientes. Só queríamos que ele (prefeito) nos ajudasse”, disse.
Questionados sobre a fila de espera da Cohab, que tem milhares de inscritos, os moradores alegaram que também estão inscritos no sistema. “Eu, por exemplo, sou cadastrado desde 2006, quando essa área era para ser uma Cohab. A própria Prefeitura aterrou o terreno naquela época. Apenas fomos nos organizando e ocupamos a área. Não é uma invasão, é uma ocupação, a área é da Cohab”, comentou Juvenal Gonçalvez, um dos líderes da ocupação.
Juvenal argumentou que em outros loteamentos da Cohab em São Bento foram construídos desta maneira, e por isso os ocupantes entendem que não precisam sair da área. “Vale ressaltar que a Vila Schwarz foi ocupada. O Morro da Mariquinha foi ocupado. Eles não foram atrás de recursos e estão morando lá. Ninguém teve que sair. Por quê nós temos que sair?”, indagou.
Confira mais detalhes sobre a ocupação ilegal no jornal impresso desta terça-feira (2).