O economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt, afirmou recentemente que o Estado “carece de mão de obra ainda mais do que precisava no passado recente”, conforme sua definição, ao falar que a economia catarinense tem a menor taxa de desocupação do País.
Em sua análise, ocorreu o aumento da demanda de bens industriais com larga escala de produção – como móveis, têxteis, confecções, eletrônicos e eletrodomésticos -, após uma combinação entre a expansão da renda das famílias e a taxa de juros menor.
Mas, ao mesmo tempo, essa elevação esbarra na falta de funcionários. “Como essas indústrias possuem forte encadeamento no território catarinense, a oferta de empregos aumentou. Por isso, a economia do Estado neste momento carece de mão de obra”, explicou Pablo, lembrando que o setor industrial de Santa Catarina gerou 47 mil novas vagas de trabalho no primeiro semestre, cerca da metade do total gerado estadualmente no mesmo período.
“Atualmente, São Bento do Sul e região estão vivenciando um período de crescimento considerável na oferta de trabalho, caracterizando uma situação de pleno emprego”, destaca o presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), Gabriel Weihermann. Ele relata que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram um salto positivo de mais 900 vagas neste ano, até junho. “Ao analisar mais a fundo esses números, nota-se que quase todos os setores econômicos estão em expansão, impulsionados principalmente pelo crescimento da indústria local”, cita.
Para o presidente da entidade de classe, “esse crescimento acelerado na criação de empregos tem gerado uma escassez de mão de obra, representando um desafio significativo para os empresários da região”. A falta de profissionais tem inclusive causado atrasos na produção e na execução de serviços. “Impactando diretamente o desempenho e a competitividade das empresas locais”, constata Gabriel.
Qualificação e rotatividade
A Fiesc Planalto Norte e o Sindusmobil também fizeram uma análise do cenário, frisando que também falta mão de obra qualificada para a indústria e, além disso, há muita rotatividade entre os mais jovens. Quem também falou sobre qualificação da mão de obra foi a secretária de Desenvolvimento Econômico de São Bento do Sul, Andréa Tamanine. Veja detalhes destes temas lendo a reportagem neste link.
Preferência por comércio
Andréa Tamanine faz um apanhado mais geral da situação, englobando outros setores econômicos locais. Segundo ela, considerando os meses de maio, junho e julho, por exemplo, 291 vagas foram ofertadas por meio da plataforma “Emprega Mais São Bento”, mas somente 94 foram preenchidas.
Do total de oportunidades disponibilizadas, 59,6% exigiam experiência e 40,4% não exigiam. “Eu vejo que esta distribuição pode indicar um cenário que se divide entre a disposição dos setores em contratar sem exigir experiência prévia como um indicativo de uma economia local dinâmica e em crescimento, com oportunidades para desenvolvimento de talentos e inclusão”, comenta. “E, por outro lado, setores que preferem candidatos com experiência geralmente operam em áreas em que a especialização e a conformidade correspondem a negócios com maior valor agregado”, explica.
Conforme a secretária, o setor que mais oferta vagas no cadastro da plataforma é a indústria, mas o maior interesse dos candidatos é o comércio. “Em resumo, neste momento, há uma situação de pleno emprego se considerarmos que estamos em um contexto em que todos que buscam um emprego conseguem encontrar uma ocupação no curto prazo. Aqueles que não estão empregados poderiam estar, mas aguardam por melhores oportunidades, ou estão apenas temporariamente desempregados. Ou seja, eles não estão desempregados por conta da situação econômica do município”, pontua.
Para quem desejar encontrar as oportunidades de trabalho em São Bento do Sul, pode acessar a matéria por meio deste link.
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