É lamentável, mas, infelizmente, são cada vez mais comuns as brigas nas saídas de escolas. E em São Bento do Sul não é diferente. O mais recente episódio envolve dois alunos da escola Roberto Grant e o pai de um deles. Pior do que a briga é o fato de muitos estudantes preferirem ficar assistindo à situação − e até filmando para postar na internet − do que separar o embate. O desfecho só ocorreu com a intervenção de uma jovem.
O material, postado − e já excluído − no Facebook por uma aluna da escola, recebeu vários comentários, muitos preconceituosos e com teor violento. A diretora da escola, Adriana Adam, também se manifestou, repudiando a atitude dos alunos. “A direção, professores e funcionários da Escola de Ensino Médio Professor Roberto Grant lamentam profundamente o episódio ocorrido às 17h05 do dia 5 de março, na rua em frente à escola”, escreveu, também nos comentários do vídeo. “Repudiamos, com todas as forças, quaisquer formas de violência”, completou.
Na polícia
O delegado Gustavo Muniz Siqueira, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de São Bento do Sul, explica que o pai envolvido na confusão registrou Boletim de Ocorrência (BO) como vítima, mesmo o vídeo mostrando que a história não é bem assim. “Com base nas imagens, será lavrado um termo circunstanciado por vias de fato, enquanto os adolescentes responderão pelos seus atos infracionais”, disse o delegado. “Provavelmente todos eles serão chamados na delegacia”, completou.
A direção da escola já entrou em contato com os envolvidos na confusão e informou que eles serão transferidos da escola. “Conversamos com os pais dos alunos e acionamos o Conselho Tutelar, que agirá de acordo com a lei”, afirma.
A repercussão da briga foi tanta que muitas pessoas estão culpando a escola pelo ocorrido. “Ouvimos declarações de que a briga ocorreu porque os problemas internos não foram resolvidos”, conta Adriana. Ela garante que a grande maioria das confusões está relacionada à fatores externos. “99% dos casos de violência são causados por fatores externos, ou seja, festas, baladas, Facebook, namorados ou namoradas com ciúmes. Como sabem que os alunos estudam aqui, o lugar mais fácil de tirar satisfações é em frente à escola”, lamenta. “Não podemos intervir na vida dos nossos alunos, infelizmente. As pessoas não sabem das leis, como funciona uma escola e ainda ficam falando um monte de besteira”, critica.