Terça-feira, 22 de abril de 2025

Cinco anos de trabalho voluntário e 700 animais castrados

• Atualizado 1 anos atrás.

Duas importantes causas e uma ideia capaz de abraçar ambas. Foi assim que a família Stenzoski deu início timidamente ao projeto Tampinhas da Theodora, em 2018, e hoje colhe os frutos dessa iniciativa que ultrapassou barreiras e é abraçado por tantas pessoas.

Com a coleta, a venda e reciclagem das tampas plásticas, o projeto contribui com a preservação do meio ambiente. Já o dinheiro levantado é revertido em castrações, ajudando a controlar a superpopulação de cães e gatos, principalmente. Ou seja, é um trabalho totalmente do bem, focado no amor, respeito aos animais e ao planeta.

Desde a sua criação, há cinco anos, os são-bentenses conseguiram arrecadar 46 toneladas de materiais e atender 700 animais. Uma média de 140 animais castrados, vacinados e vermifugados por ano.

Considerando que cada fêmea canina, por exemplo, tem dois cios por ano e podem ter em média oito filhotes em cada gestação, evitou-se através da castração o nascimento de 11 mil filhotes, aproximadamente, que na sua maioria morreriam antes de completar seis meses pois estariam em situação de risco nas ruas.

O projeto não tem vínculo com nenhum órgão e também não tem pretensões políticas. Trata-se apenas de uma iniciativa do terceiro setor em que a família dá a sua contribuição para uma causa que escolheu como missão.

“Não imaginávamos que tomaria essa proporção. É uma emoção muito grande. Começamos por um ideal, pela vontade de querer ajudar de forma mais efetiva”, afirma Giorgiana Stenzoski, orgulhosa de todos os feitos alcançados.

Ela lembra que no início a família contava com a coparticipação dos precursores do projeto “Totó Miau”. “Eles faziam os cadastros dos animais e nós a divulgação e a coleta das tampinhas. Depois de um ano eles encerraram as atividades, caminhamos um tempo sozinhos até nos unirmos a protetores independentes”, explica.

Atualmente, Giorgiana e a filha estão inseridas num grupo com 13 voluntárias do município, mas o Tampinhas da Theodora possui o auxílio direto e indireto de mais de 20 protetores independentes por meio de lares temporários e outros tipos de assistências. O viés do projeto e, claro, o carisma da mascote, impulsionaram e garantiram o sucesso da campanha.

E isso levou a família a Stenzoski a percorrer escolas e empresas da região na intenção de estimular a consciência ecológica e a responsabilidade social. “Tenho certeza que após cinco anos muitos mudaram a forma de pensar, e isso é engrandecedor”, ressalta.

Inclusive, segundo Giorgiana, guardar tampinhas plásticas se tornou um hábito. “As pessoas viajam e trazem tampinhas de diversos cantos do mundo, o que é maravilhoso porque acabamos unindo a população a algo importante”, diz.

Pontos de coleta
Em 2018, a família Stenzoski tinha nove pontos de coleta. Com o suporte dos amigos e estabelecimentos comerciais, esse número chegou a 80. Hoje, eles já não sabem mais quantos locais abraçam a causa, apenas têm a certeza do impacto positivo que a iniciativa tem.

A quantidade de materiais obtidos também varia. Em julho, no caso, foram 800 kg, e mês passado uma tonelada. Os recursos levantados com a comercialização dos materiais geralmente são suficientes para atender cinco animais.

Com o aporte das madrinhas, que doam um valor mensal ao projeto, os voluntários conseguem fazer o pagamento de pelo menos mais três operações ao mês. O restante é custeado pela própria família. “Fazemos isso porque todos nós, seres humanos, precisamos ter uma missão. Ou vamos passar por aqui sem deixar um legado”, declara.

Além disso, os são-bentenses contam com eventuais auxílios da comunidade, estabelecimentos e entidades. Todos esses reforços fortalecem, permitem que o projeto seja autossustentável, continue crescendo e fazendo a diferença.

“Esperamos que cada vez mais as pessoas tenham consciência em relação a natureza e aos animais. Ainda está muito longe do que esperamos, mas seguiremos firmes com o nosso propósito”, confessa.

Reciclagem
As tampas são vendidas para a empresa Moveltec, em São Bento do Sul, que transforma-as em matéria-prima novamente e posteriormente em novos produtos, como componentes para móveis: rodinhas, pezinhos, pequenas peças, etc. Desta forma, preserva-se o planeta e poupam-se recursos naturais através da reciclagem. Indiretamente, o projeto ainda contribui para a geração de empregos no município.

Conheça a Theodora
Apaixonados pela causa animal, Giorgiana, o marido e os filhos costumavam realizar doações às ONGs que ajudam os animais abandonados. Em um destes auxílios, em uma entidade de Balneário Camboriú, encontraram uma cachorrinha que estava para adoção. Assustada e com sinais de maus-tratos, ela foi adotada pela família e ganhou o nome de Theodora.

Foi também nessas visitas que eles conheceram um projeto focado no recolhimento de tampinhas plásticas. Inspirados, decidiam implantar a ideia em solo são-bentense, que rapidamente ganhou forma, adeptos e parceiros, como a Moveltec e a Clínica Veterinária Oxford, que realiza os atendimentos, sob responsabilidade do médico veterinário João Mendes Junior.

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