Terça-feira, 22 de abril de 2025

Brincadeira para todas as idades

• Atualizado 10 anos atrás.

Quem pensa que álbum de figurinha é coisa do passado ou brincadeira de criança está enganado. Lançado pela Panini, no último mês, o álbum da Copa do Mundo virou febre em todo o Brasil e conta com adeptos de todas as idades, que buscam adquirir os 640 cromos com os jogadores, estádios e outras imagens do campeonato mundial disputado no Brasil.

A prática de colecionar figurinhas alusivas à competição mais importante de futebol do mundo não é novidade, as imagens passaram a ser produzidas pela Panini, na Copa do Mundo de 1970, no México. Em 2014, como o Mundial é disputado no Brasil, a procura tem sido muito maior do que nas outras edições. Entre os 120 países em que o material é distribuído, o nosso é o que recebe mais atenção, com aproximadamente 8,5 milhões de álbuns disponíveis em todo o território nacional.

Além da procura, o que tem chamado a atenção neste ano é o grande número de pessoas que se dirigem às bancas do município nos sábados à tarde, a fim de participar das trocas de figurinhas visando completar o álbum no menor tempo possível.

Programa família
Marco Aurélio Woehl está auxiliando seu filho Lucas Woehl, de oito anos, a preencher seu primeiro álbum de Copa do Mundo. Ele lembra que as trocas ajudam a ter todas as figurinhas com mais agilidade. “Está mais fácil para completar, ainda mais com esses encontros, facilita bastante”, frisa. O pai destaca também a importância de momentos como esse para o desenvolvimento dos pequenos. “É uma troca, ele conversa com as pessoas, perde a inibição e também pode aprender coisas novas sobre outros países e línguas”, diz.

Existe figurinha rara?

A Panini garante que não. Segundo a empresa, todos os cromos são produzidos na mesma quantidade. Algo que tem ocorrido comumente é o fato de que existem apenas 40 figuras brilhantes entre as 640, o que faz com que muitas pessoas fiquem com a impressão de que são mais difíceis de conseguir, como lembra Elvis Feliciano. “Isso é como se fosse uma lenda, as figurinhas vêm por lote, vai muito da sorte”, diz.

O preço do álbum completo

Levando em conta que o álbum tem 640 figurinhas, e os pacotes com cinco custam R$ 1, são necessários R$ 128 para completá-lo, levando em consideração que todos os cromos repetidos serão trocados. Existem dois modelos de álbum, uma edição de capa dura, que custa R$24,90, e a normal, que sai por R$5,90.

Álbum virtual

Além da versão convencional, há também um álbum on-line disponível para os colecionadores. Mais de 1,6 milhão de usuários estão participando da brincadeira, e as figurinhas virtuais são obtidas por meio de códigos presentes nos cromos de papel.

A Panini também lançou um aplicativo do álbum, acessível para Android e IOS, que permite trocar figurinhas virtuais com torcedores de todo o mundo, além de criar grupos de colecionadores, abrir pacotes, trocar e colar as figurinhas virtuais. O conteúdo pode ser encontrado no site pt.stickeralbum.fifa.com.

Sua foto na figurinha

Por meio do site www.mypanini.com, é possível obter um cromo da Copa com a sua imagem. Para encomendar, basta ser maior de 18 anos e pedir no mínimo dez figurinhas, pelo valor de R$ 26. Elas são produzidos na Itália e levam aproximadamente um mês para chegar.

Walter Wielewski levou a família até a banca, no sábado, para ajudar o filho Frederico Wielewski, de nove anos, a trocar figurinhas. Ele também frisa o quanto atividades como essa são importantes. “É gostoso, há uma interação entre os colecionadores, pais e filhos, é uma socialização”, frisa, dizendo ainda que este é o segundo álbum de Copa do Mundo que o filho está completando, pois já possui o de 2010, da África do Sul. E o hobby de colecionar o artigo está longe de ser exclusividade do sexo masculino, como lembra Wielewski. “Na sala de aula do Frederico, existem mais meninas que meninos colecionando”, diz.

As irmãs Patrícia e Flávia Juttel são algumas das muitas mulheres que também estão em busca de completar o álbum da Copa. Elas optaram por colecionar juntas e dizem que faltam apenas 25 figurinhas para terminar. Torcedoras do Vasco, elas lembram que este universo está longe de ser apenas masculino. “A gente viu o pessoal fazendo e decidiu participar também. Não é uma coisa só para homens, nós também torcemos e acompanhamos, isso não tem nada a ver”, pontuam.

Futura relíquia
André Kamei tem 15 anos e já conta com os álbuns das Copas de 2006 e 2010 completos na sua coleção. Ele diz que, nas competições anteriores, teve o apoio do pai para a conclusão e, neste ano, acredita que precisa de apenas mais umas duas semanas para completá-lo, com aproximadamente 100 cromos faltando. “No futuro, vou poder ver o que foi a Copa. Lembrar também dos jogadores e ver a evolução deles com o passar dos anos, como o Cristiano Ronaldo, que está em todos os álbuns que eu tenho”, lembra, sem esquecer o legado que fica para o futuro. “Pela Copa ser aqui no Brasil, um evento mundial, todo mundo quer ter de recordação”, completa.

Luciane Kiefer está, há três semanas, tentando completar o material. Ela está colecionando para o filho Arthur Kiefer, de três anos, ter de recordação quando crescer e lembra que o álbum da Copa ultrapassa a linha do esporte. “Não é só pelo futebol, a coleção é um passatempo, é como se fosse um arquivo do evento, funciona para marcar e recordar a data”, diz.

Movimento nas bancas
O sócio-gerente da banca Dynamis, Elvis Feliciano, diz que o movimento, nas últimas semanas, tem sido muito grande, na esteira do sucesso atual das figurinhas. “Está uma loucura, estamos atendendo direto, além do horário, para dar conta, existe muita procura, principalmente fora de horário comercial”, diz.

Ele destaca o principal motivo, na sua opinião, para tanto frenesi a respeito da coleção. “A Copa é no Brasil, isso faz com que o pessoal queira ter uma lembrança física do evento, talvez a nossa geração não veja mais um Copa do Mundo no país. Este sucesso também se dá pelo fato de não serem só crianças, e sim toda a família”, destaca, lembrando que é comum as pessoas completarem um álbum e partirem para o segundo.

O gerente da Banca Gibi, Fábio Osowsky, também credita o sucesso da coleção ao fato do Mundial ser no país. “Por ser no Brasil, chama as pessoas. Tem gente que o filho ainda nem nasceu, mas a pessoa coleciona para mostrar no futuro, sabem que, daqui a alguns anos, vai ser uma relíquia”, diz, evidenciando que as vendas, neste ano, estão muito superiores às da última edição da competição.

Ele lembra ainda o sucesso do sistema de trocas. “Sempre tem fluxo, geralmente com pessoas diferentes, o que ajuda quem quer trocar. Com isso, o pessoal não fica só comprando, tem gente que consegue pegar vinte, trinta figurinhas em um dia”, destaca.

Foto salva como Troca figurinhas (3) ou Troca figurinhas (7)
Matheus Müller
Troca de figurinhas costuma reunir um grande público aos sábados à tarde

Foto salva como Troca figurinhas (26) ou Troca figurinhas (27)
Matheus Müller
Esta é a terceira Copa do Mundo consecutiva que André coleciona o álbum

Foto salva como Troca figurinhas (13) ou Troca figurinhas (34)
Matheus Müller
São necessárias mais de 600 figurinhas para completar o álbum

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