Preso pela Polícia Militar em São Bento do Sul e acusado de ter participado da morte de Josicler Pieckokz, o pedreiro Luan Bachel já esteve envolvido em outro tipo de crime no passado. Em 2023, ele foi denunciado por voluntários da ONG Tampinhas da Theodora, acusado de ter violentado e estuprado a cadelinha Margarida. Apesar da repercussão do caso na época, ele ainda não foi punido pelo crime.
O advogado Adriano Stenzoski, proponente do projeto Tampinhas da Theodora, foi quem protocolou a denúncia de zoofilia junto ao Ministério Público. “Em 8 de julho de 2023, através do projeto das Tampinhas da Theodora, recebemos uma mensagem de WhatsApp solicitando ajuda para socorrer uma fêmea canina que encontrava-se na residência e sob tutela do senhor Luan, no bairro Cruzeiro. Ela estava em grave estado de saúde, apresentando hemorragia e sangramento vulvar”, comenta Adriano.
Ao resgatar o cão, de raça vira-lata, o mesmo foi levado até a clínica veterinária e submetida à uma cirurgia de emergência. “Após realizada a intervenção cirúrgica observou-se que as lesões apresentadas, conforme laudo veterinário, eram no coto uterino com supuração uterina rompida sendo detectada, causa de sangramento vulvar, que lhe afetaram as partes internas”, citou.
Constatada a violação da cadelinha, foi documentada denúncia com fotos e laudo médico junto ao Ministério Público no dia 11 de julho de 2023. “O MP, através de ofício à Delegacia de Polícia encaminhado em data de 27 de julho de 2023, determinou a abertura de inquérito policial. No dia 28 foi realizada uma diligência na casa do denunciado. Contudo, a autoridade policial entendeu, desconsiderando o laudo médico veterinário e as fotos juntadas na denúncia, ou optou em não conduzir o denunciado em flagrante de maus tratos”, lamentou Stenzoski.
Desde julho de 2023, então, não houve andamento ao inquérito policial. “Até a presente data sequer foram ouvidos o denunciante, a testemunha ou mesmo o denunciado”, disse o advogado. “Nossa intenção com isso é conscientizar as autoridades competentes e a sociedade da importância da denúncia aos maus tratos aos animais e a teoria do elo como proteção aos seres humanos”, completou.
Teoria do Elo
Em uma publicação nas redes sociais, Adriano fala sobre a Teoria do Elo, que consiste justamente na violência contra animais e humanos. “Você já ouviu falar da cachorrinha Margarida, atendida pelo nosso projeto, que foi vítima de zoofilia? E do feminicídio na cidade de Piên? Você ouviu falar? Pois é, isto tudo está conectado!”, postou ele.
No texto ele cita ainda que o projeto apresentou a denúncia às autoridades competentes, mas nada foi feito. “Está aí a Teoria do Elo. Se fosse dada a importância necessária contra a violência animal, talvez hoje não estaríamos vendo um crime bárbaro sendo cometido. A Teoria do Elo nos mostra como diferentes formas de violência estão interligadas. A violência contra animais muitas vezes é um indicador de que a pessoa é capaz de cometer outros crimes, incluindo violência contra humanos. Ao ignorar ou minimizar a violência contra animais, estamos correndo o risco de deixar que indivíduos perigosos continuem impunes e causem ainda mais mal”.
“A história da cachorrinha Margarida e do feminicídio em Piên são exemplos trágicos de como a violência contra animais pode ser um prenúncio de tragédias maiores. É preciso que a sociedade e as autoridades levem a sério a violência contra animais e ajam com rigor para punir os culpados e prevenir futuros crimes. A luta pela causa animal é uma luta por um mundo mais justo e seguro para todos. Ao proteger os animais, estamos protegendo também os humanos”, finaliza a nota.
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