O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) abriu uma investigação para apurar o erro na vacinação de bebês que ocorreu no Hospital Santa Cruz de Canoinhas. Entre os dias 9 e 11 de julho, 11 recém-nascidos receberam, por engano, soro antiofídico, um antídoto utilizado em casos de picadas de cobras, no lugar da vacina contra hepatite B.
A 4ª Promotoria de Justiça instaurou uma notícia de fato e concedeu prazo de 10 dias para que o hospital forneça esclarecimentos sobre o incidente. Dentre os pontos solicitados estão: a identificação dos profissionais envolvidos, os métodos de armazenamento dos frascos, o modo como a falha foi comunicada aos conselhos de classe e o estado de saúde atual dos bebês.
Segundo a diretora do hospital, Karin Adur, a semelhança entre os frascos das medicações, ambas fornecidas pelo mesmo laboratório, o Instituto Butantan, pode ter contribuído para o erro. A gestora ainda reconheceu que houve falha no protocolo de conferência visual do rótulo, o que é uma exigência básica no exercício da enfermagem. O hospital iniciou uma sindicância interna para apurar as responsabilidades, e a técnica de enfermagem envolvida foi afastada temporariamente.
De acordo com a unidade de saúde, os bebês receberam 0,5 ml do soro antiofídico, dosagem considerada pequena. Conforme a bula técnica da substância, esse volume é significativamente inferior ao necessário para tratamento de picadas. Nenhuma reação adversa grave foi registrada até o momento, e os recém-nascidos seguem sendo monitorados pelas equipes médicas e pelas famílias.
Além do Ministério Público, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) também acompanha o caso. O órgão foi notificado e reforçou que, apesar da situação incomum, não foram observados efeitos colaterais severos nas crianças. A recomendação da Dive é de que os bebês permaneçam sob observação por até 30 dias.
O Instituto Butantan, fabricante do soro, afirmou em nota que a responsabilidade pelo armazenamento e aplicação correta dos imunobiológicos é das unidades de saúde. O órgão ressaltou que os rótulos seguem padronização definida pelo Ministério da Saúde e que o produto apresenta baixo índice de contraindicações. O caso segue em apuração pelo MPSC, que avaliará se deve ser convertido em inquérito civil ou resultar em outras medidas judiciais.
Dos 11 bebês envolvidos, nove são de Canoinhas, um de Papanduva e um de Bela Vista do Toldo.
As informações são do portal ND Mais.
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