Rio-negrinhense Jorge Fonseca tornou-se para-atleta após acidente de moto

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• Atualizado 9 anos atrás.

O rio-negrinhense Jorge Fonseca, 31 anos, é considerado um dos melhores atletas do Paratriathlon brasileiro na categoria PT3, e atual 5° colocado no ranking mundial. Mas antes de sequer imaginar que um dia estaria entre os melhores do mundo no Paratriathlon, ele passou por um grande susto em sua vida.

Tudo começou em 2006, quando sofreu um acidente de moto e perdeu os movimentos do braço direito. No acidente, ainda perfurou o fígado, deslocou o rim, teve um derrame pleural, entre outros problemas, que o fizeram ser transferido para Curitiba, onde ficou quatro meses na Unidade de Tratamento Intensivo(UTI). “Quando saí da UTI, naquelas alturas o braço era o de menos”, conta.

No início, Fonseca teve que conviver com as idas constantes ao hospital, e ainda precisou se aposentar precocemente da sua profissão, já que servia o Exército Militar, em Rio Negro. “Foi bem difícil no começo, houve momentos de estresse, dor, indignação, aquele pensamento de por qual motivo isso aconteceu comigo”, diz.

Ligação com o esporte
Fonseca conta que o esporte sempre esteve muito presente em sua vida, tanto que ele havia ido para o quartel principalmente para jogar vôlei e futebol. Já totalmente recuperado, em 2009, ele começou a andar de bicicleta, como uma forma de voltar a se exercitar. “Cheguei a engordar 16 quilos depois do acidente”, diz. Depois de um tempo, acabou deixando o hobby de lado e foi morar em Joinville. Após pouco mais de um ano lá, em 2011, ele decidiu voltar a pedalar.

No início de 2012, ele se juntou para pedalar com um grupo de amigos. Nesse grupo, estava o treinador de Triathlon Ivan Razeira, que se interessou pelo desempenho de Fonseca e o convidou para fazer parte da sua equipe. Fonseca aceitou, e assim iniciou a sua trajetória dentro do esporte que envolve natação, corrida e ciclismo.

Em busca de desafios

Fora das Paralimpíadas, Fonseca decidiu se desafiar mais ainda, e tem treinado para disputar o Iron Man Brasil, em Florianópolis, que será realizado em maio. Acostumado a fazer 750 metros de natação, 20 quilômetros de bicicleta e cinco quilômetros de corrida na sua categoria, no Iron Man ele irá enfrentar 2,8 quilômetros de natação, 180 de bicicleta e mais 42 de corrida.
Para isso, os treinamentos têm sido intensos. Diariamente, inclusive nos fins de semana, são mais de quatro horas por dia dedicados aos treinos. Casado e pai de dois filhos, ele mora e treina em Rio Negrinho, mas faz parte da equipe Sociedade Recreativa Mampituba, de Criciúma. Depois do Iron Man, sua próxima competição oficial será em julho, na Holanda, onde irá disputar a final do Mundial de Paratriathlon.

Quer apoiá-lo?


Apesar de ser muito bem sucedido dentro da sua modalidade, Fonseca não vive do esporte, e conta com o dinheiro de sua aposentadoria para se sustentar. “Nosso esporte é complicado de conseguir apoio, é bem difícil”, lamenta. Ele agradece os patrocinadores que o ajudam, e destaca que está aberto para receber apoiadores. O atleta pode ser através do seu Facebook, pelo perfil Jorge Fonseca.

Sucesso meteórico
Ainda em 2012, o para-atleta começou a treinar corrida, natação e ciclismo com mais afinco, e ainda participou de dois campeonatos estaduais, para conhecer mais da modalidade. “No começo foi difícil”, resume. Depois de um ano intenso de treinamentos, em 2013, Fonseca participou da sua primeira prova de Paratriathlon, o Panamericano, disputado em Vila Velha, Espírito Santo.

E logo na sua primeira competição, ficou em terceiro lugar na categoria PT3. Com isso, conquistou uma vaga para o Mundial de Paratriathlon, que seria disputado em Londres. “Geralmente iam dois em cada categoria, e eu fiquei em terceiro, mas como o primeiro não foi, eu entrei”, conta. Na sua primeira competição internacional, ainda em 2013, Fonseca terminou na 22ª colocação, e adquiriu a experiência necessária para crescer dentro da modalidade. “Ali eu conheci qual era o nível dos adversários, deu para ver que todos eram atletas de alto nível”, comenta.

Mais experiente, em 2014 o para-atleta atingiu seu ápice na modalidade. Ele ficou em primeiro na etapa do Mundial de Manaus, foi campeão brasileiro da modalidade e também quarto colocado na final do Mundial de Paratriathlon, disputado no Canadá. Com isso, o rio-negrinhense foi agraciado com o prêmio de melhor atleta do ano na modalidade.

Com uma série de bons resultados em um curto espaço de tempo, Fonseca tinha esperanças de estar nos Jogos Paralímpicos do Rio, já que em 2016 o paratriathlon estará nos jogos pela primeira vez na história. Porém, a categoria de Fonseca acabou ficando de fora da competição, para frustração do atleta. “Só para 2020”, lamenta.

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