Sempre com um semblante alegre e dedicada ao trabalho, Nárriman de Melo, de 39 anos, serve como exemplo de história de vida e inspiração para muitas pessoas.
Vinda de Belo Horizonte, Minas Gerais, ela é deficiente visual desde criança, mas nunca se preocupou com sua limitação, permanecendo motivada a alcançar seus objetivos. Vive em São Bento há 4 anos e já se sente parte da cidade, mostrando a todos que é possível ter um estilo de vida independente.
Aos 8 anos, Nárriman teve um acidente que causou a perda parcial de sua visão. Mesmo com a deficiência, ela sempre recebeu o apoio de sua família e amigos da escola, sendo tratada com igualdade por todos à sua volta, o que influenciou em sua capacidade de superar adversidades e buscar novos desafios em sua vida pessoal e profissional.
Quando concluiu o ensino médio, aos 17 anos, Nárriman enfrentou o primeiro preconceito. “Ao buscar o primeiro emprego, fecharam a porta em minha cara. Naquele tempo também não havia muito apoio governamental para inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, o que dificultou no início, mas não desisti. Conhecia minha capacidade e continuei buscando uma oportunidade”, relata.
Aos 20 anos, ela encontrou sua primeira oportunidade como operadora de telemarketing e, desde então, conquista novas experiências profissionais. Atualmente, trabalha no setor industrial, na Condor, empresa na qual atua há mais de um ano.
“Não encontro dificuldades nas áreas em que trabalho. Além disso, preciso estar ativa. Se não estiver trabalhando, me sinto mal e, fora do expediente, cuido da minha saúde física, praticando esportes como natação, ciclismo e caminhada”, afirma.
Descobrindo talentos
A trajetória de Nárriman demonstra que o estímulo para as pessoas com deficiência obterem emprego reside em criar um ambiente inclusivo e proporcionar oportunidades de crescimento.
Para muitos, a barreira para entrar no mercado de trabalho vem da falta de apoio e acesso à informação. Uma das preocupações é sobre a perda do Benefício de Prestação Continuada (BPC), garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência que comprove não ter meios de sustento.
Se a pessoa com deficiência começa a trabalhar, não pode receber o BPC enquanto estiver empregada. No entanto, pode solicitar o Benefício de Auxílio-Inclusão, se o salário na empresa for até 2 salários mínimos.
Ela não perde o direito ao BPC, apenas deixa de recebê-lo enquanto empregada, tendo a opção de solicitar o benefício se ficar desempregada. Uma questão relevante é a dificuldade das empresas em localizar pessoas com deficiência (PcD) interessadas em trabalhar. Há uma cota determinada por lei que as empresas devem cumprir com base no número total de colaboradores.
Cadastro Único
De acordo com os registros do Cadastro Único do governo federal, 1.963 moradores de São Bento do Sul têm alguma deficiência. Contudo, isso não indica que todos recebam o BPC ou que estejam trabalhando. Assim, uma busca ativa ocorre nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) para ajudar quem deseja encontrar uma vaga de emprego ou tem dúvidas sobre solicitar o benefício governamental.
Nesse contexto, as pessoas ou seus familiares podem procurar o CRAS mais perto de casa ou ligar para os seguintes telefones: (47) 3626-6615 (CRAS Oxford), (47) 3635-5547 (CRAS Centenário) ou (47) 3633-1536 (CRAS Serra Alta).
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