Solange Levino Siqueira, 62 anos, é mãe duas vezes. Além de ser avó biológica de Eduarda Ramos Soares, 13 anos, possui a guarda da menina.
Eduarda é autista e foi diagnosticada com a Síndrome de Rett, um distúrbio genético e de neurodesenvolvimento raro, que ocorre quase exclusivamente em meninas, causando escoliose, diminuição da mobilidade, fraqueza muscular, espasticidade e rigidez. Por causa da síndrome, Solange acompanha Eduarda em vários tratamentos, inclusive em outras cidades.
Morando em uma casa alugada por R$ 950 na Rua Adolfo Silveira, 380, no bairro Alegre, Solange afirma que, apesar de o tratamento de Eduarda ser gratuito – obtido pela justiça –, as maiores despesas relacionam-se à alimentação, tanto dela quanto da neta, que precisa de certos alimentos especiais, como leite.
“No que diz respeito ao tratamento dela, um mês é intensivo, e o outro é de manutenção. Tenho muitas despesas e não consigo arcar; ganhamos muito pouco, por isso criei a campanha”, explica.
“Todo valor, mesmo que seja um real ou dois reais, é bem-vindo. Viajamos diariamente para Rio Negro, no Paraná. Às vezes, passo horas na Rua só tomando um café. Amigos frequentemente pagam meu café ou almoço, pois nem sempre tenho o que comer. Levo comida de casa, mas mesmo assim gasto muito com ela; por isso, criei esta campanha. A própria clínica onde ela se trata sugeriu a campanha”, comenta.
Ela esclarece que o tratamento em Rio Negro dura um ano com viagens diárias de uma hora e quinze minutos.
“Acordo às cinco da manhã, chego lá às oito e fico até o meio-dia sem comer. Depois, retorno para casa e chego por volta das duas da tarde. Sinto-me cansada, desgastada da viagem, e no dia seguinte preciso voltar. Um dia o tratamento é pela manhã, outro pela tarde. Gasto muito, e essa é a razão para a campanha”, reforça.
Tratamento em várias cidades:
De acordo com Solange, Eduarda nasceu com falta de oxigênio no cérebro.
“Ela veio ao mundo no hospital de Rio Negrinho, e somente mais tarde descobri que houve negligência médica. A mãe estava saudável, o feto também, mas ela nasceu em pleno Ano Novo. Deveria ter nascido no dia 31, mas esperaram até o dia 2. Com o tempo, Eduarda desenvolveu autismo e Síndrome de Rett, uma síndrome que causa regressão. Ela falava e andava entre três e cinco anos, depois parou”, detalha.
Solange menciona ainda que Eduarda realiza hidroterapia em São Bento do Sul e frequentemente viaja para outras cidades. “Viajo duas ou três vezes por semana para Joinville e Florianópolis. Ela faz fonoaudiologia e fisioterapia ocupacional, e procuro sessões de equoterapia para ela, já que observei resultados em outras crianças com o mesmo problema. Algumas já andam”, diz.
“Eduarda já apresenta bons resultados no tratamento. Fico feliz ao ouvi-la dizer vovó, ainda que com dificuldade. Aos três anos, era uma criança normal, depois começou a adoecer e passou por cirurgias nas pernas. Atualmente, precisa de quase cinco caixas de leite e 15 pacotes de achocolatado por mês. Alimentação é a prioridade. Preciso de dinheiro para alimentá-la e para comer durante as viagens”, conclui.
Ajude
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