Segunda-feira, 21 de abril de 2025

Prevenção ao suicídio em debate na Câmara de Vereadores

• Atualizado 1 anos atrás.

O advogado Ângelo Celeski, membro do Conselho Fiscal do Núcleo de Apoio à Vida de São Bento do Sul, usou a Tribuna Popular Livre da Câmara de Vereadores, na sessão de segunda-feira (18), para discutir o trabalho realizado no município em relação à prevenção de suicídio. Ele também forneceu informações sobre o “Setembro Amarelo”, mês de conscientização sobre a prevenção de suicídio no Brasil.

Inicialmente, Ângelo falou da atuação do Centro de Valorização da Vida (CVV) que atuou em São Bento do Sul nos últimos anos. “Durante cerca de 3 anos, vinculamo-nos ao CVV por meio de plantões realizados pelo número 188”, explicou.

“Organizamos esse grupo, composto por cinco voluntários, após a tragédia da boate Kiss. Após a tragédia de Mariana (Brumadinho) no Brasil, estivemos lá com cinco voluntários para apoiar as famílias das vítimas”, lembrou.

O advogado disse que o CVV de São Bento do Sul estava em fase inicial. “Não atendíamos ligações de São Bento do Sul. Recebíamos chamadas de São Paulo, Rio de Janeiro e de algumas cidades do Nordeste, onde o CVV tinha uma estrutura consolidada. Com a experiência em Brumadinho, decidimos mudar. Rompemos as limitações impostas pelo CVV e nos reorganizamos para nos envolver mais com a comunidade de São Bento do Sul”, explicou.

Após explicar as mudanças que levaram à formação do Núcleo de Apoio à Vida de São Bento, Ângelo mencionou algumas estatísticas sobre suicídio no Brasil, destacando que 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos.

“As estatísticas mostram que, antes de cometer suicídio, a pessoa dá 10 sinais que podem ser percebidos por amigos e familiares. O instinto natural de qualquer ser é viver. Quando alguém pensa em tirar a própria vida, está em um ponto em que não consegue mais lidar com a dor”, alertou.

Pessoas propensas ao suicídio mostram sinais como isolamento, mudanças na alimentação e no sono, automutilação e abandono de estudos e trabalho. Esses sinais são discutidos pelo Núcleo de Apoio à Vida em palestras. “No ano passado, falamos em setembro para cerca de 1.800 jovens sobre conscientização, para que as pessoas reconheçam esses sinais como pedidos de ajuda”, salientou.

Ângelo também falou sobre o treinamento dos membros do Núcleo, em cursos que frequentam regularmente. Ele destacou que ouvir as pessoas é uma atitude que pode prevenir o suicídio. “A primeira coisa é não ter preconceito. A segunda, não julgar. Muitas vezes, julgamos os outros, e precisamos treinar para evitar isso, porque não podemos aliviar a dor do outro. O terceiro ponto é ouvir as preocupações das pessoas”, disse.

Além disso, comentou que pessoas propensas ao suicídio frequentemente dizem: “um dia desapareço”. “Muitas vezes, mesmo quando alguém pede ajuda, as pessoas ficam chocadas. É difícil conversar com familiares, porque geralmente recebem conselhos. Quando alguém decide tirar a própria vida, a última coisa que quer ouvir é um conselho”, alertou. “A única forma de ajudar é ouvir”, reforçou.

Números
Finalmente, Ângelo disse que os índices de suicídio no Brasil são de 5,5 pessoas para cada 100 mil habitantes. “Em São Bento do Sul, atendemos em média 4 a 5 pessoas por dia, dando-lhes a oportunidade de desabafar. No Brasil, 32 pessoas tiram a própria vida diariamente”, alertou.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem anualmente devido ao suicídio. Segundo a OMS, as taxas globais de suicídio estão diminuindo, mas na região das Américas, estão aumentando. Em geral, transtornos mentais resultam em mudanças comportamentais que afetam a vida diária. Essas mudanças devem servir de alerta.

Os sinais
Entre as crianças e adolescentes, os pais precisam ficar atentos
– Mudanças na rotina do sono (insônia ou alteração de horários para dormir e acordar);
– Isolamento da família e do contato social de forma repentina;
– Comentários como “eu prefiro morrer do que passar por isso”;
– Uso de roupas de mangas longas, mesmo quando está calor, comportamento que pode indicar marcas de automutilação – nos braços ou antebraços;
– Diminuição do rendimento escolar.

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