Nesta sexta-feira, dia 1º de setembro, às 9 horas, o Samae lançará o programa “Câmbio Verde SBS”, similar ao que acontece em Curitiba desde 1989. O projeto piloto será no Ceu das Artes, em Serra Alta, e prevê a troca de material reciclável por produtos hortifrúti de agricultores cadastrados na Cooperativa de Produtores Rurais de São Bento do Sul, a Aprosul.
O Câmbio Verde determina que a cada dois quilos de materiais recicláveis apresentados no local, o morador ganha um voucher de R$ 1. Esse cupom pode ser descontado na aquisição de um alimento vendido no local ou pode ser guardado pelo morador para trocas futuras.
Até o final deste ano, o programa ocorrerá em Serra Alta, mas a intenção é que no ano que vem seja expandido também para outras áreas da cidade. “Pensamos em fazer um piloto para entender como será a demanda, a organização no dia, justamente para aprimorar e evoluir conforme a necessidade”, explica o presidente do Samae, Osvalcir Peters.
Por enquanto, a autarquia programou uma edição por mês, sempre na primeira sexta-feira. Já o bairro foi escolhido por não ter tanta adesão a reciclagem e pela condição e vulnerabilidade social, que reflete o grande número de famílias cadastradas no CRAS.
Capital nacional
Há, ainda, outras vertentes que o Samae quer atingir com o Câmbio Verde, como a formação e a participação de novos produtores familiares, além do impulso a Cooperativas de Catadores (Coopercat), que receberá os materiais e, com isso, conseguirá elevar cada vez mais a renda de seus cooperados.
“Todos saem ganhando. E nós não temos um custo a mais com isso. Em vez de pagar para administração para enterrar lixo, pagamos por alimento. Ninguém está gastando a mais, o recurso é que está sendo melhor aproveitado”, ressalta Peters.
Aliás, a empresa de saneamento estipulou uma meta bem ousada: torna-se a capital nacional da reciclagem.
“Estamos caminhando para isso. Temos várias ações, como o Local de Entrega Voluntária (Lev), o saco laranja que começou a ser distribuído no bairro Brasília, a usina de processamento de lixo. Unindo todas essas forças, vamos chegar a um índice alto e esperamos ser referência. Queremos que o lixo seja aproveitado e não enterrado”, afirma.
Limite financeiro
No momento, o projeto está limitado a um valor de R$ 2 mil por mês a serem gastos pelo Samae, o que equivale a quatro toneladas de materiais coletados. A intenção é atingir rapidamente essa quantidade de reciclados a cada edição, assim a autarquia tem como base para solicitação de uma alteração na legislação.
Já o chefe de Resíduos Sólidos Urbanos Sólidos do Samae, Paulo Schwirkowski, explica que o valor do voucher (de R$ 1) foi determinado com base nos gastos atuais do Serviço Autônomo Municipal. “O lixo comum custa em torno de R$ 0,42 para ser colocado no aterro, por ser mais compacto e pesado. O material reciclável tem um volume maior e ocupa mais espaço, aumentando o custo para quase R$ 1”, esclarece.
Divulgação do programa
A assessora de gabinete, Karin Rank Liebl, ficou responsável por apresentar o programa nas escolas do bairro. Ela conta que está sendo feita uma divulgação em massa para que os moradores aproveitem a oportunidade e utilizem o benefício, aumentando a reciclagem e também contribuindo com uma melhor alimentação.
“Sexta-feira também é o dia que passa a coleta seletiva. Quem já deixava os materiais para o caminhão recolher, agora terá o benefício de trocar. E quem não tinha esse hábito, poderá criar”, diz.
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