Um morador de São Bento do Sul, que trabalha como cuidador de uma idosa de 85 anos, procurou a redação de A Gazeta para reclamar do descaso no atendimento do Hospital Sagrada Família. Segundo ele, na última terça-feira (28) esteve acompanhado de uma paciente que foi até o hospital para um procedimento cirúrgico. Porém, o atendimento deixou a desejar.
Jakson Hinke conta que chegou com a paciente ao meio-dia de terça-feira, momento em que deixaria ela para internamento com cirurgia marcada para o mesmo dia, às 14 horas. “Quando chegamos, tinham três moças na recepção, duas saíram para almoçar e ficou só uma, que estava meio perdida ainda. O pessoal fechou a recepção da frente e ficou só a principal, aí vem um pedir pra fazer atestado, outro pedindo outras coisas. O que tinha de gente brava lá”, comentou.
Conforme ele, a idosa estava com prolapso retal, ou seja, com o intestino exteriorizado, e não podia ficar sentada. “Veio uma moça ajudar, mas não tinha acesso no computador. Tinha muita gente brava ali. Pagamos a cirurgia metade adiantado, imagina quem precisa do SUS! Ela levou 45 minutos pra fazer a nossa ficha e pediu mais dados, mas já estávamos na semana passada pagando e fazendo a ficha. Que sistema é esse que usam?”, indagou Jakson.
A situação problemática, segundo Hinke, só estava começando. “Fizeram a ficha, tudo certo, aí não tinha ninguém no Centro Cirúrgico que poderia buscar ela. É um descaso. Liberaram ela mas não vinha ninguém”, disse. “Paramos na frente do elevador e ele não vinha, a senhorinha já chorando de dor sem poder sentar. Estava uma hora de pé na recepção, não providenciaram nem uma maca! Ficamos na porta do elevador e a menina subiu pela escada para ver o que tinha acontecido, mas o elevador estava estragado. Não são capazes de por uma placa que está em manutenção?”, desabafou.
Levou no colo
Já sem paciência, Jakson conta que pegou a idosa no colo e subiu com ela do térreo até a ala Bom Pastor pelas escadas, no segundo piso. “Aí já vieram todos os enfermeiros correndo, pedindo desculpas. Ela foi pra cirurgia e eu fiquei no corredor, sentado. O pessoal recebendo alta com cadeira de rodas e apertando o botão do elevador. Os próprios funcionários não sabiam que estava quebrado o elevador”, citou.
Conforme o cuidador, cada vez que muda a administração do hospital a situação só piora. “Fiquei dois anos cuidando do meu sogro, em 2015, era outro atendimento. Quando trocou a administração, piorou e agora parece que piorou de novo!”, comentou. “Se no particular te tratam assim, imagina no SUS? É desumano uma pessoa de 85 anos ficar tanto tempo de pé assim”, concluiu.
O que diz o hospital
O Hospital Sagrada Família, por meio de nota, informou que o tempo de atendimento pode variar conforme cada caso. “O processo de abertura de ficha exige a coleta de diversas informações essenciais. No momento que a referida paciente chegou, a recepcionista estava conduzindo outro internamento, o que impossibilitou um atendimento imediato. A instituição também reafirma o seu compromisso com a comunidade e a qualidade no suporte prestado. No entanto, reconhece que, eventualmente, podem ocorrer intercorrências, como a falha no elevador registrada neste dia. O hospital ressalta ainda que a equipe já está adotando providências para aprimorar os processos e evitar que situações semelhantes ocorram no futuro”, cita a nota.
Por fim, o hospital reforça que a instituição dispõe de um canal de ouvidoria, disponível para acolher sugestões, dúvidas, elogios e eventuais manifestações. O contato pode ser feito pelo telefone (47) 3631-0226 ou pelo e-mail ouvidoria@hmsf.com.br.
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