O Centro de Vigilância de São Bento do Sul, através do setor de endemias, realizou na sexta-feira (14) uma reunião situacional sobre o controle da dengue no município. Até o momento, a cidade contabiliza 760 casos notificados, 583 descartados e 160 confirmados, sendo sete deles autóctones (contraídos na cidade). Ainda, há 17 casos suspeitos em investigação.
Conforme Sandro de Jesus Plazido, coordenador do setor de Entomologia do município, houve um aumento de 95% dos casos em relação ao ano passado. “No ano passado, no ano inteiro, tínhamos 69 focos. Nessa data, no ano passado, não tínhamos nenhum foco, hoje temos dois”, citou Sandro.
Silvana Bauer, diretora do Centro de Vigilância, explicou que as larvas coletadas são analisadas no próprio laboratório da cidade, seguindo para o Lacen, em Florianópolis, para confirmação. “Temos os pontos estratégicos dentro da cidade que os agentes de endemias monitoram e cada vez que monitoram e tem a larva, fazem a coleta para a gente analisar”, disse. “E isso é feito semanalmente”, completou Sandro, citando que existem 428 locais com armadilhas em São Bento do Sul.
Conforme os dados, atualmente o bairro Brasília é o que possui mais focos do mosquito, sendo o Centro o número com mais infectados. “Foram 754 pessoas atendidas e 160 diagnosticadas com dengue. Dessas, sete são locais, pessoas contaminadas no município”, frisou Sandro.
Plazido informou que as equipes continuam visitando e informando a comunidade sobre os perigos da dengue. “Fizemos um trabalho de recolhimento de pneus, foram 416 recolhidos. Deu uma carreta cheia”, disse Sandro. Os pneus foram recolhidos pelo Estado para destinação correta.
Aliados na batalha
Desde segunda-feira (17), os agentes de endemias tem uma grande ferramenta no combate à dengue. Através de uma parceria com Itajaí, o município de São Bento do Sul recebeu sem custos um aplicativo para controle e inserção dos dados. “Corremos atrás desse aplicativo e dos tablets e hoje conseguimos habilitar todos eles. Uma ferramenta que vai somar muito e otimizar o serviço”, disse Plazido.
Além do aplicativo, o setor pode contar agora com um drone doado pela Unisociesc. “A turma de Biomedicina está bem engajada em ajudar, tem feito trabalho nas escolas e uma turma se prontificou a fazer algo maior ainda. Foi feito uma rifa, compraram um drone e nos fizeram a doação. Isso vai nos ajudar muito nos locais onde não temos acesso”, enfatizou Sandro.
Armadilhas e infestação
Cleide Adriana Dias, agente de endemias no município, citou que as vistorias são realizadas semanalmente nas armadilhas. “Se está chovendo, está fazendo sol, frio ou geando, estamos na rua. Pontos estratégicos também fazemos inspeção, como cemitérios, ferros-velhos, oficinas de latarias e pinturas, esses locais que tem vários objetos que podem acumular água”, explicou.
Quando um foco é encontrado, as equipes precisam fazer uma varredura num raio de 300 metros do local. “O mosquito coloca os ovos em vários lugares, então a gente faz esses 300 metros a partir do foco tentando orientar as pessoas e eliminar todos os criadouros para bloquear o mosquito. Temos bairros infestados, como parte da Serra Alta, que pega a Conrado Liebl, o bairro inteiro do Boehmerwald, uma parte da Dona Francisca e uma parte da Oxford. Esse é um trabalho que precisamos realizar a cada dois meses, tentando eliminar todos os criadouros do mosquito”, ressaltou Cleide.
Trabalho em grupo
A agente explica que existem três maneiras de acabar com o mosquito da dengue. “Tem a química, que é através de inseticidas e larvicidas, e é muito prejudicial e não tão eficaz; tem a biológica, com uma bactéria que contamina o mosquito, que contamina a fêmea e os ovos já nascem inférteis; e a mecânica, que é a mais importante, a nossa parte. É eliminar a água parada”, disse. “Dá sim para controlar a dengue! Se a gente ter a ajuda de todo o município e cada um fazer sua parte, a gente vai conseguir”, concluiu Cleide.
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