Suelen Maria Honorio de Lima conseguiu realizar o maior sonho de infância. Ela vai estudar nos Estados Unidos, ainda mais podendo fazer o que mais ama: jogar vôlei. De malas prontas, no próximo mês, a são-bentense de 18 anos irá se mudar para o país norte-americano, onde estudará na universidade Willian Carey, no estado do Mississippi.
Ela conseguiu a oportunidade justamente pelo seu talento nas quadras de vôlei, já que o país onde ela vai morar é conhecido pelo incentivo que dá ao esporte, fornecendo bolsa de estudos para atletas.
Mas para isso, também recebeu auxílio da agência de intercâmbio esportivo, XSport Brasil. Ela conta que fez a inscrição ano passado, quando ainda estava no último ano do ensino médio.
Além disso, como muitos estudantes ficam com a incerteza do que seguir no futuro, ficou sabendo da possibilidade de estudar e jogar fora. “Sempre foi o meu sonho desde pequena, consegui juntar o útil ao agradável”, sorri.
No processo, ela precisou enviar vídeos praticando a modalidade, que foi visto por universidades. Posteriormente, elas entram em contato com a agência à procura de reforços para as equipes.
“Foi muito engraçado, porque uma técnica entrou em contato comigo numa sexta-feira e no sábado já fiz a reunião com a treinadora principal e já fechamos, foi de um dia para o outro”, entrega. Agora, ela foi contemplada com uma bolsa de estudos para quatro anos, quando irá se formar na graduação.
Diferente das universidades brasileiras, no ensino superior dos Estados Unidos os alunos não precisam iniciar seus estudos com o curso já escolhido, tendo até dois anos para tomar essa decisão. “Mas pretendo seguir na área de educação física”, menciona.
Lá, ela também irá receber auxílio moradia, morando no próprio campus e também tendo a oportunidade de trabalhar no local. Sobre as aulas, o semestre inicia apenas em agosto, junto com os treinos de vôlei.
“Estou indo agora para me adaptar, até também para ir me acostumando com o idioma”, acrescenta. Lá, ela jogará a “Liga Naia”, que é uma competição entre universidades, representando a Willian Carey.
Tudo começou na escola
“Sabe quando você é criança e quer fazer de tudo um pouco? Eu não parava quieta”, brinca. E foi assim que Suelen começou no esporte. Primeiro, ela passou por outras modalidades, como natação e handebol, chegou até mesmo fazer aulas de balé. Mas foi o vôlei que a conquistou.
Quando tinha apenas 10 anos, deu os primeiros saques na escola São Bento, com o treinador Fábio Machado. “Lembro que cheguei no primeiro dia de treino e tinha umas 100 meninas”, recorda.
Depois, iniciou na Associação São Bentense de Voleibol (ASBV/FMD), participando de competições. Também chegou a representar a equipe do Balneário Camboriú, mesmo morando em São Bento do Sul.
A grande virada aconteceu em 2021, quando recebeu o convite para ingressar numa das melhores equipes de Santa Catarina: Associação Desportiva de Voleibol Feminino de Jaraguá do Sul.
Lá, conquistou diversas medalhas em competições estaduais, até mesmo recebendo troféu de jogadora destaque. “Em Jaraguá eles tinham uma estrutura mais forte”, destaca. Além da oportunidade de estar num clube forte, ela morava em casa de atletas.
Portanto, morou longe da família, onde destaca o incentivo que recebeu da mãe, Suleima Pires da Cruz, a sempre correr atrás dos seus sonhos.
“Sabe quando você está cansada e precisa do colo de uma mãe e não tinha? Não foi fácil, mas ela sempre me falou que os filhos precisam voar para o mundo”, declara. Suelen permaneceu no clube jaraguaense até o ano passado.
Incentivo
Já são oito anos na carreira esportiva. Para todo atleta, há momentos de dificuldades, mas também de muito incentivo. Emotiva, Suelen destaca que se está prestes a conquistar um diploma norte-americano, além de mostrar seu talento em outro país, é graças ao treinador Fábio Machado.
Desde quando morava no munícipio, até depois, em Jaraguá do Sul, ela sempre manteve contato com técnico da equipe são-bentense.
“Lembro que às vezes a gente treinava no Annes Gualberto e tinha a academia e uma vez falei que estava pensando em desistir, não estava dando certo, quem é atleta sabe como fica mentalmente. Mas ele nunca deixou, falava engole o choro e vamos treinar”, encerra, com os olhos marejados.
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