Acidentes com animais peçonhentos e venenosos são comuns em todas as épocas do ano, principalmente em períodos de troca de estação ou quando estão em período de acasalamento, sendo mais frequentes.
Para evitar que esse tipo de acidente aconteça, o médico veterinário especialista em animais silvestres, Stanley Viliczinski, explica alguns procedimentos que devem ser adotados, muitos deles, como ele mesmo faz questão de enfatizar, são dicas bastante simples.
Um deles é limpar quintais, não deixando lixos e entulhos espalhados, pois são atrativos para diversos tipos de fontes de alimentos para aranhas, escorpiões, serpentes e lagartos que se alimentam de ratos, baratas, insetos entre outros.
“Não acumular entulhos domésticos e também manter grama sempre aparada, recolhendo folhas de árvores caídas também é uma dica”, aponta ele. “Ao trabalhar em quintais, sempre usar luvas e botas, evitando colocar as mãos em locais não visíveis, como buracos, ralos e frestas”, completa.
Stanley também sugere que camas e sofás estejam sempre afastados de paredes, se possível. “Também, antes de vestir e calçar roupas e calçados, é importante sacudir e fazer vistoria detalhada, pois durante a noite a maioria desses animais sai para caçar e procuram locais para se abrigar no clarear do dia, onde acabam utilizando-os para se abrigar, ocasionando acidentes”, cita o médico veterinário, que sugere limpar ralos e caixas de gordura constantemente, mantendo-os sempre fechados, além de olhar por onde anda, principalmente em matas e trilhas.
Cuidados
Stanley frisa ainda que, ao avistar serpentes, não se deve pegá-las com a mão, pois muitas espécies confundem e podem parecer não peçonhentas, quando na verdade são animais com potencial para causar acidentes graves.
Ele também explica que não se deve fazer garrotes, torniquetes ou algo que interrompa a circulação sanguínea, nunca cortar ou queimar o local da picada, nunca dar nada para a vítima beber ou comer e não fazer sucção, ou seja, chupar o veneno com a boca, ou espremer o local.
“Além de não auxiliar em nada, o risco de contaminação agravando o caso para duas vítimas é eminente”, aponta ele. “Também não devemos aplicar pó de café ou qualquer outro produto caseiro no local, mas sim procurar manter a calma da pessoa acidentada evitando movimentos desnecessários, além de lavar o local do acidente com água e sabão ou solução fisiológica”, diz.
“É importante fazer a elevação do membro afetado acima da linha do coração, retardando a circulação do veneno na corrente sanguínea. Se possível registre o animal batendo foto do mesmo para identificação do profissional de saúde para início do tratamento. Faça o transporte imediato ao hospital ou posto de saúde mais próximo”, orienta.
Mais dicas
Stanley enfatiza que nunca deve-se tentar capturar o animal se não tivermos amplo conhecimento. “Não tente identificar espécies de serpentes e manuseá-las, pois mesmo não sendo animais venenosos podem ocasionar acidentes. Caso se depare com animal silvestre, deixe o mesmo seguir seu destino e lembre-se que eles têm importante papel ecológico e trazem diversos benefícios aos humanos no controle de pragas, além de fornecerem matéria-prima para fabricação de diversos soros e remédios”, explica o profissional.
“Ao se deparar com animais silvestres em área urbana, mantenha a calma e ligue para o telefone 193 do Corpo de Bombeiros. Os profissionais irão retirar o animal da área de risco dando destino correto ao bicho. Lembrando também que matar, maltratar, perseguir ou manter animal silvestre em cativeiro sem a devida autorização dos órgãos competentes é crime ambiental. Em caso de animal silvestre ferido ou em área de risco pode solicitar o resgate através do número (47) 99652-7394 ou ligar diretamente no número 193 do Corpo de Bombeiros”, encerra.
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