Terça-feira, 22 de abril de 2025

Um sonho de cobrir a Copa do Mundo

Já haviam sido seis Copas do Mundo. A sétima, entretanto, é a mais especial para JB Telles. O jornalista catarinense afirma ser um sonho trabalhar num Mundial no próprio país, após já ter coberto as competições disputadas na Itália (1990), Estados Unidos (1994), França (1998), Alemanha (2002), Coréia/Japão (2006) e, por fim, África do Sul, há quatro anos.

“Sou grato por estar em mais esta Copa e poder trabalhar como um profissional de Santa Catarina em igualdade de condições com os maiores veículos do mundo”

Jornalista com mais credenciais para coberturas de Copas em Santa Catarina, Telles se surpreendeu positivamente com a organização do torneio no Brasil. Viajando por muitas cidades e hospedando-se nos municípios onde a Seleção Brasileira jogou, ele acompanhou de perto a real situação do País ao realizar um evento deste porte.

Em entrevista à Gazeta, onde escreveu com exclusividade neste período, JB Telles fala das condições de aeroporto, rede hoteleira e trabalho nos próprios estádios. Como ponto negativo, citou apenas o local de preparação da Seleção Brasileira, a Granja Comary. O local fica em Teresópolis, a cerca de 100 quilômetros do Rio de Janeiro, base aérea mais próxima. Entre os locais, uma serra. “Muitas vezes com neblina e trânsito pesado”, citou o jornalista.

Entrevista

A Gazeta: O senhor já trabalhou em várias Copas do Mundo. Qual foi a sensação de trabalhar num evento desse porte dentro do próprio país?
JB Telles: Cobrir profissionalmente uma Copa do Mundo no próprio país é um sonho para todo jornalista. Sabendo que estamos vivendo o maior momento profissional da carreira, em casa, ao lado dos nossos, é um privilégio que tive e que agradeço. Sei que milhares de colegas gostariam de ter tido esta oportunidade e eu gostaria de tê-los comigo, mas me sinto representante de muitos deles.

Antes do Mundial, muito se falou da estrutura brasileira. O senhor viu diferenças gritantes entre a Copa deste ano e as outras edições trabalhadas?
Esta foi minha sétima Copa. De todas, ainda acho que a da Alemanha foi a melhor, especialmente pela estrutura de mobilidade em cada cidade e entre elas. Também a estrutura dos estádios, os deslocamentos, a segurança e a organização geral da competição ainda estão em minha mente. Mas reconheço que a Copa no Brasil, superou a expectativa. Como jornalista, tive poucos problemas. Até mesmo nos estádios, as soluções encontradas atenderam num padrão esperado. Aeroportos funcionaram bem, apesar de no Galeão ainda haver áreas com tapume; os vôos não atrasaram, e o transporte oferecido pela FIFA com ônibus especiais até a porta dos Centros de Imprensa, nos atendeu sem problemas.

Em relação à rede hoteleira, encontrou algum problema nas cidades em que ficou hospedado?
Usei seis hotéis Teresópolis (Athos), São Paulo (Mércure Jardins), Fortaleza (Íbis), Brasília (Carlton) e Belo Horizonte (Ibis Styles e Adágio). Em todos notei um esforço muito grande para um bom atendimento. Recepção bilíngüe, material promocional do evento e da cidade, indicações, orientações e internet wi-fi disponível para o trabalho. Apenas num deles (Brasília) a internet era paga e cara. Mas compensou com a seriedade do atendimento. O depósito de minha hospedagem foi maior do que o real e fizeram questão de me alertar e devolver a diferença. De resto, surpreendentemente bom para o nosso costumeiro padrão.

Quais foram as maiores dificuldades na cobertura deste Mundial?
Talvez tenha sido a localização do Centro de Treinamento da Seleção, em Teresópolis, que exigia constantes deslocamentos para o Rio de Janeiro, base de voos. O ir e vir, com subida e descida da serra num trajeto de quase 100 km, muitas vezes com neblina e trânsito pesado causava um desconforto. Nada além disso.

O senhor recorda quantos quilômetros viajou durante este um mês de competição? Por quais cidades passou?
Estou com a Seleção desde 26 de maio. Quantos quilômetros não tenho como precisar, mas só os deslocamentos entre Rio/Teresópolis foram 18. Também fui, a partir do Rio, para São Paulo (2 vezes), Goiânia, Fortaleza (2), Brasília (2) e Belo Horizonte (2) dá uma boa marca.

É a primeira vez que escreve para jornais do interior? No caso, A Gazeta.
Sim, foi a primeira e experiência. Nas copas de 90,94 e 98 escrevi para o Diário Catarinense. Em 2002 e 2006 fiz um trabalho para meu escritório, 2010 para a ACAERT (Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão), repetido agora em 2014 juntamente com o jornal.

Qual é a sensação de estar levando o dia a dia da Seleção Brasileira para milhares de pessoas?
A sensação é a de realização profissional. É diferente você estar numa Copa do Mundo como assistente e como profissional. A preocupação com a busca da informação, com o horário do fechamento e com a responsabilidade do trabalho, às vezes, é desgastante, mas em valor muito superior é gratificante.

Tem alguma história curiosa para compartilhar em relação ao Mundial?
A cobertura foi tão dentro do normal que não lembro de algo que não tivesse repassado aos leitores. Talvez apenas o fato de que muitas vezes em nome de Santa Catarina ocupamos espaços mais nobres que estados mais consagrados em coberturas esportivas. Talvez fruto da experiência no acompanhamento da Seleção Brasileira nas Copas anteriores e competições como Copas América, das confederações e amistosos.

Para finalizar, tem algo que gostaria de comentar que não foi abordado?
Me resta manifestar o sentimento de gratidão pela oportunidade que me foi proporcionada para externar um pensamento legitimamente catarinense, em meio ao mundo do jornalismo esportivo. Sou grato por estar em mais esta Copa e poder trabalhar como um profissional de Santa Catarina em igualdade de condições com os maiores veículos do mundo. E mesmo que o resultado técnico em campo não tenha sido o esperado, espero que o trabalho executado diariamente tenha correspondido. Aos leitores, desculpas pelas opiniões que possam não ter correspondido, e obrigado pela leitura.

Últimas notícias

pexels-cottonbro-10466266
Creativity Day 2
Real Madruga
Vaticand-news_D24am
WhatsApp Image 2024-08-29 at 16.49

Mais lidas

Morte moto site
WhatsApp Image 2025-04-17 at 09.54
EIVs supermercados - FOTO Elvis Lozeiko (1)
Morte moto site
Dom João 2

Notícias relacionadas