O corte no valor utilizado para custear o transporte de alunos da rede estadual de ensino foi denunciado, na noite de segunda-feira, na Câmara de Vereadores de Rio Negrinho, por Lara Neves Batista. Professora nas escolas Marta Tavares e Manuel da Nóbrega, ela teme que alunos acabem desistindo de estudar diante da dificuldade de chegarem à escola, já que deixarão de receber o vale-transporte neste ano. Conforme denunciou, o corte reduziu a verba de R$ 40 mil, em 2013, para R$ 25 mil neste ano.
Não encontrada
Procurada, a gerente regional de Educação, Eliane Hübl, não foi encontrada para explicar o corte no repasse e a falta de profissionais na escola Manuel da Nóbrega.
Segundo Lara, com a redução do valor, menos alunos receberão o vale-transporte neste ano. “Sem contar que muitos dos nossos alunos tem na família dois, três alunos. Como a família irá bancar o transporte para todos eles?”, questionou a professora, reforçando o valor de R$ 3,15 cobrado pela empresa concessionária do transporte coletivo em Rio Negrinho. “Isso é um absurdo”, sintetizou.
A professora diz não saber quais critérios serão usados para definir quais alunos terão direito ao vale-transporte a partir de agora. “Até o ano passado, o critério era a distância da escola. Recebiam quem morava a mais de três quilômetros, e este era nosso único critério para conceder o benefício”, relata. Agora, uma nova fórmula terá de ser usada, mas não há definição sobre qual será.
Problemas estruturais
Lara ainda criticou o estado das escolas estaduais de Rio Negrinho. Conforme ela, as escolas não estão estruturadas para receber um volume considerável de alunos. O mais grave, segundo ela, está na Manuel da Nobrega, que conta com mil alunos nos três turnos. Porém, no Ensino Médio Inovador, onde os alunos passam o dia todo na escola, há falta de pessoal e baixa qualidade nas refeições oferecidas. “A contratação de profissionais para auxiliar no Ensino Médio Inovador ainda não foi feita para auxiliar no atendimento desses alunos”, reclamou.
Ela ainda falou das dificuldades em fornecer uma alimentação correta a todos os alunos. “A escola é responsável por fornecer um lanche pela manhã, almoço, e outro lanche à tarde para os alunos do Inovador. Ano passado, a escola teve que arcar com todo o custo dessa alimentação. Queremos que o almoço seja terceirizado, como é feito nas outras escolas estaduais. Queremos qualidade na alimentação da refeição oferecida aos alunos”, pediu.
Conforme ela, além disso, os problemas estruturais das escolas são reivindicados há mais de um ano. “Já ligamos para a Ouvidoria do Estado e não tivemos sequer uma visita de alguém dos órgãos responsáveis”, reclamou a professora.