Em tempos de Copa do Mundo, tem gente de olho no próximo grande evento esportivo que o Brasil receberá, os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. É o caso do são-bentense Ricardo Pscheidt, 33 anos. “Um grande sonho que não consegui realizar é o sonho de qualquer atleta: participar de uma Olimpíada”, disse ele.
Critérios de seleção
A UCI e o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciaram mudanças nos critérios para a escolha dos representantes dos países nas Olimpíadas do Rio. Por enquanto, a CBC prefere não entrar em minúcias. Francisco Cusco, do Departamento de Alto Rendimento da confederação, explicou que em breve serão publicadas maiores informações no site oficial da entidade. Consta que são 50 vagas para o naipe masculino, divididas entre os 24 países mais bem colocados no ranking da UCI. Esse ranking é formado pela soma da pontuação dos três melhores atletas nacionais, estabelecendo, assim, a classificação do País na lista. “O Brasil está em uma posição muito boa, a melhor em toda a história”, registra Pscheidt.
Na atual lista da UCI, o Brasil encontra-se na 8ª colocação, à frente de Áustria, Canadá, Holanda, Suécia, África do Sul, Bélgica e Estados Unidos. Porém, valerá a pontuação do período entre maio de 2014 a maio de 2016. De acordo com esta posição será definida a quantidade de atletas representantes nos Jogos Olímpicos. O País que estiver entre o 1º e o 6º lugares tem direito a contar com três ciclistas. Do 7º ao 13º, dois atletas. E, por fim, a nação que se encontrar entre a 14ª e a 24ª posições conta com apenas um competidor. Porém, de acordo com as mudanças estabelecidas pela UCI e pelo COI, o país-sede das Olimpíadas ganha automaticamente uma vaga. É sobre esse ponto que a CBC se manifestará, pois não está claro se os critérios de colocação do ranking continuam os mesmos para o Brasil, que sediará a próxima edição das Olimpíadas.
Currículo
Ricardo Pscheidt tem no currículo três conquistas do Campeonato Brasileiro de Cross Country, sendo, também, o atual campeão brasileiro de Marathon. Ele ainda conquistou, por seis vezes seguidas, os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), além do tetracampeonato da Volta de Santa Catarina em Mountain Bike e a medalha de bronze dos Jogos Sulamericanos.
A diferença
O Cross Country é uma prova que consiste normalmente em trechos menores, com várias voltas, porém com percursos técnicos e pesados. Já as provas de Marathon são mais longas, com quilometragem maior.
Integrante da equipe Trek Bikes Brasil, o atleta de Mountain Bike (MTB), que mora no bairro Centenário, explica que por detalhes ficou fora dos últimos Jogos Olímpicos, realizados em Londres (2012). “Não fui por muito pouco mesmo”, diz. O representante do Brasil foi Rubens Donizete, escolhido pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) por ser o brasileiro melhor colocado no ranking internacional da modalidade Cross Country, a única do Mountain Bike no cenário olímpico. Na ocasião, o Brasil conquistou apenas uma vaga, conforme a posição do País no ranking da União Ciclística Internacional (UCI), ao terminar o período pré-olímpico na 18ª colocação.
A “bola da vez” do Mountain Bike brasileiro, conforme o próprio atleta são-bentense, é Henrique Avancini, primeiro do ranking nacional e 17º do ranking mundial individual. “Caso o Brasil conquiste apenas uma vaga, essa vaga é dele”, explica. Caso o País conquiste mais uma ou duas vagas, o atleta são-bentense entraria na disputa. Atualmente, Pscheidt é o 2º do ranking nacional e o 50º do ranking internacional. O foco do atleta de São Bento do Sul, no momento, é o Campeonato Brasileiro de Cross Country Olímpico (XCO), em etapa única, na segunda quinzena de julho, em São Paulo/SP. O evento é um dos principais do calendário nacional e conta pontos para o ranking brasileiro e para o ranking da UCI.
Treinamento forte
Para a prova, Ricardo Pscheidt continua investindo forte em seu preparo, evidentemente. “Os treinos pesados normalmente acontecem em São Bento do Sul e região”, relata. “Aliás, São Bento do Sul é um local perfeito para o treinamento de Mountain Bike”. A topografia local é um ponto a favor do atleta, que costuma treinar seis vezes por semana, chegando a ficar de cinco a seis horas pedalando. Tendo à disposição a estrutura da equipe Trek, “uma marca mundialmente famosa”, lembra ele, o atleta acredita que tem mais 2 ou 3 anos pela frente na categoria Elite. Hoje vivendo do esporte, Pscheidt também deve disputar, em breve, duas etapas do Copa do Mundo de Mountain Bike, nos Estados Unidos e no Canadá.