O remanejamento de alguns alunos da escola Rodolfo Berti, no bairro Brasília, para a escola Professora Aracy Hansen, no bairro Bela Aliança, está causando grande polêmica entre pais e a comunidade escolar.
Uma reunião entre pais e responsáveis dos alunos e a integrantes da Secretaria da Educação foi realizada na noite desta terça-feira (17), mas a situação segue com impasses. A ação, segundo a secretaria, visa abrir novas vagas de creches dentro da unidade para suprir a grande demanda do bairro e imediações.
Conforme o secretário de Educação, Josias Terres, a Rodolfo Berti possui período integral, onde os alunos comparecem no contraturno para demais atividades.
“A pré-escola estava adaptada dentro do CEIM ali perto e agora precisamos abrir as vagas de creche e essa pré-escola já era para ser dentro da Roldofo Berti. Agora, não tem mais vaga no bairro Centenário e tivemos que abrir na Rodolfo, por isso precisamos pegar o espaço”, explica.
Terres ressalta que estes alunos a serem remanejados não ficarão sem suporte da secretaria. “O período integral teremos uma escola próxima, que é a Aracy Hansen, que é de período integral e terá essas vagas lá. E também nos comprometemos a dar o transporte para esses alunos”, frisou.
Em reunião realizada no final da tarde de quarta-feira (18) entre o prefeito Antonio Tomazini, vereadora Terezinha Dybas e equipe da Secretaria de Educação, foi requerido novo estudo para tentar conciliar as duas situações na escola.
“O prefeito pediu estudos de possibilidade e amanhã (hoje) vamos sentar na secretaria para ver se conseguimos conciliar dentro do Rodolfo Berti o período integral e a pré-escola. Estamos tentando atender o prefeito naquilo que ele quer atender a comunidade e ver a possibilidade do que podemos fazer”, enfatizou Josias.
Pais revoltados
A notícia pegou alguns pais de surpresa e gerou certo desconforto na comunidade escolar.
“Ontem (terça) teve uma reunião importante com o pessoal da Semed. O pessoal aqui está preocupado com a segurança dos alunos no transporte até a Aracy Hansen. São crianças de 6, 7, 8 e 9 anos e as menores não sabem pegar ônibus. Qual vai ser o pai que vai deixar seu filho sozinho num ponto entre 6h30 e 7 horas se precisa se deslocar pro trabalho? Isso cria certa dificuldade”, questionou Edson da Luz, presidente da Associação de Moradores da Vila São Paulo.
Conforme exposto na reunião, 97 alunos terão que ser remanejados da unidade.
“Quando a gente faz a inscrição na escola, sempre falam pra deixar na escola mais próxima e é isso que a comunidade quer, ou seja, na Rodolfo Berti. A gente não tem culpa que fizeram investimentos na Aracy e não tem alunos na escola, por isso estão fazendo esse remanejamento. Isso é pura politicagem! A comunidade queria deixar pelo menos mais um ano para os pais se prepararem melhor, mas os pais foram pegos de calça curta, foi bem chata a forma que foi feita”, desabafou Edson.
Faltou planejamento
Celso Panasiuk tem dois filhos pequenos que estudam na Rodolfo Berti. Segundo ele, tudo estava ocorrendo muito bem na comunidade escolar.
“Agora, por falta de planejamento do setor de Educação, posso dizer que vieram trazendo propostas na reunião e não foi nada viável, nada produtivo. Vieram impondo que vai ser assim e é para os pais se adaptarem. Nós não aceitamos isso, porque tiveram dois anos praticamente para ser construído o Santa Fé e por falta de capacidade deles, poderiam bem saber quantas crianças teriam lá. Por que não trabalharam isso?”, indagou.
O questionamento de Celso envolvendo o loteamento vem de encontro à falta de vagas em creches no bairro Centenário, o que obriga a secretaria a buscar vagas em outras unidades.
“O povo lá (do Santa Fé) também não tem culpa, isso é falta de planejamento deles. Temos que mandar nossos filhos pro outro lado, atravessando a BR todos os dias. Já imaginou os pais que tem emprego e precisam deixar os filhos no ponto? Não aceitamos isso de forma alguma, o povo está indignado. Queremos uma reunião cara a cara com o prefeito”, frisou o morador.
Uma das sugestões levantadas pelos pais é de deixar os menores na escola e remanejar os adolescentes a partir de 12 anos. Ainda, um grupo de pais deverá levar a situação para o Ministério Público averiguar.
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