Setembro traz uma importante bandeira a ser debatida: o suicídio. Tratado como um tabu pela sociedade, o suicídio já é classificado como doença e causa a morte de milhares de pessoas anualmente no Brasil. Por isso é importante buscar o apoio de amigos, familiares ou de profissionais quando as coisas não estão indo bem.
Falar sobre o suicídio, segundo a psicóloga Magda Linzmeyer, ainda é algo muito difícil. “O suicídio ainda é um tabu. Falar sobre doença mental não é fácil pra ninguém, ainda mais em uma sociedade tão julgadora, que tem opinião a respeito de tudo. Quem tem a coragem de expor suas emoções sempre é julgado. E isso pode se tornar ainda mais doloroso vindo de alguém que a gente confia”, disse.
Conforme a profissional, o suicídio não acontece do dia para a noite. “Sempre tem um contexto, uma história. Há estudos que demonstram que existem fatores genéticos por trás da depressão, das doenças mentais, incluindo o suicídio. Hoje ele é considerado uma doença. É importante entender tudo o que tem por trás dele, se a pessoa chegou neste ato é porque está no limite! Ela não necessariamente quer acabar com a própria vida, mas sim com aquele sofrimento, que ela acha que não tem outra saída”, explica Magda.
O primeiro passo é acolher estas pessoas em sofrimento. “Precisa ver se você tem condições de ajudar aquela pessoa. Nem todos estão dispostos a escutar o sofrimento do outro, então primeiro é preciso fazer uma auto-observação. Se você não tem as condições, tenta encaminhar para outra pessoa, um profissional. Se você tem condições, escute sem emitir julgamentos. A última coisa que uma pessoa que está em sofrimento mental precisa é desse julgamento externo”, frisou a psicóloga.
Como identificar?
Assim como toda doença, o suicídio tem seus sintomas. “Existem sinais que podem ser observados pelas pessoas que estão próximas. Dá pra tentar prevenir o suicídio, mas não dá pra prever quando ele vai acontecer. Por mais que as pessoas tenham tentado ajudar, aquela pessoa ainda pode optar pelo suicídio. Cuidado para não se culpar quando alguém próximo morrer por suicídio. Não é tão simples! Não temos uma resposta simples para um problema que é tão complexo”, disse.
Um dos principais sinais a se observar está na mudança de comportamento desta pessoa.
“Aquela pessoa que tinha uma rede social tranquila, trabalhava, saía com os amigos e de repente se fechou, falta no trabalho, não conversa com mais ninguém, não come e não dorme. Essas alterações podem ser observadas. Há sinais de vida saudável também. Ter relações sociais é uma delas, pois ninguém vive sozinho. Aquela pessoa que sempre foi muito na dela e com dificuldade de fazer amigos, é um sinal de alerta. E esses sinais não aparecem só na vida adulta, podem aparecer desde criança. A gente vê um adoecimento mental muito cedo, principalmente depois da pandemia”, enfatizou Magda.
Ainda segundo a profissional, pessoas que estejam com estas dificuldades não necessariamente demonstram em seu semblante o sofrimento. “Tem esse julgamento muito forte, o estereótipo da pessoa com intenção suicida, que é aquela que só usa roupas escuras, tem o olhar baixo, não sorri e se esconde. Depressão não tem cara, é algo muito mais profundo”, falou.
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