Em 2013, após a deflagração da Operação Game Over II, comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) – órgão do Ministério Público do Estado de Santa Catarina –, a Lotérica Oxford foi fechada por determinação judicial.
No Calçadão
No local onde funcionava a lotérica Trevo da Sorte, a advogada dos proprietários, Carla Hofmann informa que o imóvel já foi arrombado e, diante da surpresa dos valores encontrados em Oxford, acredita-se que havia dinheiro também na lotérica do Centro. “Quando da operação, os imóveis foram lacrados. Havia pertences pessoais de quem trabalhava no local, da forma como estava no dia da ação. Acreditávamos que o dinheiro havia sido apreendido, mas pelo jeito não foi”, conta a advogada. Conforme ele, estima-se que no prédio localizado no Calçadão deveria haver, ao menos, três vezes mais dinheiro do que o encontrado em Oxford. “Tinha entre R$ 180 mil a R$ 200 mil. E agora o Estado terá que responder por isso”, diz a advogada.
Conforme Carla, é de estranhar que uma operação com o objetivo de investigar a lavagem de capitais não tenha apreendido os valores existentes nas lotéricas. “Há uma situação que agora está muito mal explicada. Vamos pedir ao Estado que indenize os proprietários por tudo isso”, relata a advogada. No dia 11 de abril, uma vistoria deverá ser realizada no prédio da lotérica do Centro.
Valor depositado
Os R$ 60 mil foram depositados em juízo, ou seja, em uma conta da Justiça, até que o caso criminal envolvendo a lotérica seja julgado.
Quase um ano depois, não só a lotérica não está funcionando, como o imóvel em que funcionava, no bairro Oxford, continua interditado. O imóvel localizado na rua Antonio Kaesemodel, contudo, é alugado, e familiares da proprietária reclamam da burocracia e da morosidade que envolvem o caso. Como os proprietários da lotérica estão respondendo a um processo judicial, a sala comercial está, esse tempo todo, sem poder ser alugada para outros interessados. Além disso, durante estes meses, segundo familiares, a proprietária não recebeu os valores dos aluguéis, e os equipamentos e móveis em nome da Caixa Econômica Federal continuam no imóvel.
O advogado da proprietária da sala comercial, Vanderlei Guesser, explica que já entrou com uma ação de despejo, a qual tramita na 1ª Vara da Comarca de São Bento do Sul. “O objetivo é que o imóvel volte às mãos da família”, diz o advogado.
Arrombamentos
Na quinta-feira à noite, foi registrada mais uma tentativa de arrombamento – a terceira – da sala comercial, que abrigava R$ 60 mil em espécie desde a interdição do imóvel, em abril do ano passado. Conforme familiares da proprietária, um dos cadeados da porta, localizado na parte interior, chegou a ser arrebentado nas tentativas anteriores. Como está interditado por ordem judicial, o imóvel não poderia receber consertos. Porém, na tarde de sexta-feira, com autorização da Justiça, após uma vistoria, foi realizado o serviço de solda das portas, tanto a dianteira quanto a traseira da sala. À noite, contudo, após nova autorização judicial, o local foi aberto e novamente soldado.