Passadas três semanas da grande enchente que atingiu Rio Negrinho, os prejuízos não foram totalmente contabilizados. Muitas empresas ainda não reabriram suas portas, e outras ainda cogitam se retomarão às suas atividades. Levantamento, apresentado ontem pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), mostra que 226 empreendimentos, entre comércios, indústrias e prestadores de serviços, juntos, somam um prejuízo de R$ 15.759.784,97.
Conforme o presidente da CDL de Rio Negrinho, Gelásio Sehnen, o levantamento foi feito pessoalmente, com todos os atingidos e envolveu ainda o Sebrae, Sindivarejista e Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Rio Negrinho. “Esse valor poderá ser maior, já que alguns lugares ainda estavam fechados ou não encontramos um responsável”, explica Sehnen. O presidente diz que os valores contabilizam tanto os que foram afetados diretamente, com perdas em máquinas e equipamentos, estoque e matéria-prima, ou em instalações (móveis, instalação elétrica, portas, janelas, etc), quanto indiretamente, pois ficaram ilhados ou sem funcionários que sofreram com as enchentes. “Estes valores são de hoje (ontem), até o meio-dia. Ele ainda pode aumentar com a inclusão de novos afetados”, citou.
Quem foi atingido
O relatório apresentado mostrou que 71% dos empreendimentos atingidos estavam no Centro, com 80% sendo microempresas. Dentro do levantamento, 67% dos atingidos eram comércios, 24% prestadores de serviço, o restante eram indústrias, associações e autônomos.
Fechamento de empresas
Presente na apresentação do relatório, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Rio Negrinho, Conrado Treml Junior, explica que, até o momento, nenhuma empresa informou oficialmente que fechará as portas por conta dos prejuízos sofridos com as cheias. “Há muitos rumores sobre isso, mas oficialmente, até agora, não temos nenhuma confirmação”, relatou Treml. “Muita gente fala na hora, com a cabeça quente, ao ver o prejuízo, mas depois revê e volta a trabalhar”, completou Sehnen.
Além das perdas materiais, foram também contabilizados os prejuízos com o atraso de pagamentos de contas das empresas junto a fornecedores e de inadimplência no período, valores estes que as empresas deixaram de receber de seus clientes. “São prejuízos consideráveis, muitas empresas terão dificuldades em reaver isso”, declarou Sehnen.
Prejuízo na agricultura
Não foram só os setores comerciais e industriais os afetados em Rio Negrinho. O setor agrícola, apesar da pequena representação na movimentação econômica, também sofreu um duro golpe. “Só não foi pior porque era entressafra”, explica o secretário de Agricultura da cidade, Marcos Ribeiro.
Levantamento aponta prejuízos de R$ 8.894.600 no setor. Entre as áreas afetadas, está a produção de hortaliças, com perdas de 30 toneladas, e a de leite e aves, com perdas estimadas em 24 toneladas. Somam-se ainda aos prejuízos estragos em pontes e estradas que levam às propriedades.