Para as lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), o ocorrido na sexta-feira à noite faz parte da gestão democrática que impera na sigla. Fatos parecidos já acontecem em outras ocasiões. Em 2008, o PT se reuniu na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e do Mobiliário para definir a nominata de vereadores. Na ocasião, havia apenas uma vaga restante para dois postulantes à disputa. Robson Rodrigues e Claudiomar Wotroba disputavam o espaço para concorrer a uma vaga no Legislativo. Na reunião, os correligionários presentes foram para a disputa no voto, vencida por Wotroba, que disputara a eleição pela sigla conseguindo mais de 700 votos, insuficientes para eleger-se.
As lideranças do PT afirmam que situações como esta devem voltar a acontecer, até pelo fato da sigla incentivar os interessados nas disputas eleitorais levarem seus apoiadores, desde que façam parte do quadro de filiados e estejam em dia com as obrigações estatutárias, para garantia do voto. Ocorre, conforme as mesmas lideranças, que, sexta-feira, não estava prevista votação, mesmo assim, Maurício Maia, interessado em disputar uma vaga de deputado estadual, levou seu grupo de apoio e desejava a disputa.
Ocorre que o PT tem ainda o diretor de Turismo do município, Jota Pierin, que também não abre mão da vaga e ainda recebe o apoio do vice-prefeito, Arildo Gesser, para um possível consenso. “Eu estou na briga, sou pré-candidato e, quando a presidência decidir que vamos para o voto, levo meu grupo de apoio. Não se cogitou essa possibilidade de votação para a última sexta-feira”, disse Jota.
Para o ex-vereador Tadeu do Nascimento, o que ocorreu foi natural e não teria ficado nenhuma situação pendente. “O Maurício fez o correto, mas não era o momento para decidirmos no voto. Mas, quando for, quem tiver mais densidade interna vai ser escolhido. É uma prática comum dentro do PT”, esclareceu.
Corrigindo a rota
Um dos principais conciliadores, na situação ocorrida na noite da última sexta-feira, foi o vice-prefeito, Arildo Gesser, maior expressão da sigla no momento. Seu nome estava entre os mais cotados para a disputa das eleições deste ano, na tentativa de eleger um petista da região para ocupar uma das cadeiras na Assembleia Legislativa.
Gesser destaca que não houve votação por não ter sido o momento. “Houve um filiado que trouxe alguns apoiadores, mas alguns nem eram filiados. Temos que fazer a coisa de maneira correta e com pessoas que estejam em dia com o partido. Não houve disputa e nenhum embate. Essa pessoa está dizendo por aí que venceu de goleada, mas não é verdade, nada foi determinado naquela noite. Pessoas da família e amigos não são base para determinar o candidato. Essa definição ocorre somente no dia 10 de março”, disse o vice-prefeito.
Arildo destaca que ainda se mantém no páreo, mas vai trabalhar por uma candidatura de consenso. “Tem eu, o Jota e o Maurício Maia, mas somente os filiados vão decidir”, encerrou.