Por conta do aumento das reclamações quanto à coleta de lixo em São Bento do Sul, principalmente a reciclável, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) estuda mudanças no contrato de concessão com a empresa prestadora do serviço. Como o contrato vence em agosto, no novo modelo, alterações importantes serão feitas, como a ampliação da coleta seletiva em toda a cidade.
Na avaliação do presidente do Samae, Osmar Telma, a coleta seletiva deve ser feita, pelo menos, duas vezes por semana. Por se tratar de material que gera volume, o reciclável fica guardado nas casas, ou então, muitas pessoas acabam destinando plásticos, papelão, vidro e alumínio para o lixo convencional. “E isso vai sobrecarregando o aterro sanitário. Muita coisa que poderia ser reciclada acaba indo para o lixo comum”, disse.
Estranho
Outro ponto que chama a atenção do Samae é o fato de que, em 2012, a pedido do Ministério Público, quatro engenheiros sanitaristas percorreram aterros públicos de Santa Catarina, e apenas dois foram aprovados, sendo um o de São Bento.
A preocupação é com relação ao futuro. Atualmente, estima-se, em apenas oito anos, a vida útil do aterro são-bentense, e a construção de um novo exigirá atravessar por muitas barreiras burocráticas e, principalmente, financeiras. Apesar de o aterro são-bentense estar interditado pela Justiça, Telma acredita que, em pouco tempo, será possível reabri-lo.
Para isso, diversas obras ocorrem no local. Além da troca das mantas de proteção nas lagoas de decantação, o Samae já contratou a empresa que fará o levantamento geofísico do local, ao custo de R$ 40 mil, para determinar se existe infiltração no solo e ainda o tratamento físico-químico do chorume (líquido resultante da decomposição de materiais orgânicos). “É muito prematuro afirmar qualquer coisa no momento”, pondera Osmar Telma quanto à reabertura ou não do aterro.
Por conta da decisão judicial, o Samae gasta R$ 150 mil a mais por mês para transportar as 40 toneladas diárias de lixo até o aterro de uma empresa em Rio Negrinho. No entanto, há receio de que, em pouco tempo, todo o material tenha de ser levado para Mafra, por conta da capacidade do aterro rio-negrinhense, e, com isso, o custo aumentará ainda mais.
Histórico
De acordo com Telma, ao longo dos últimos anos, foram feitas 268 análises da água após o tratamento do lixo, e a eficiência chega a 97%. Destas análises, apena 9 apresentaram desconformidade quanto à legislação e todas em períodos distintos. Além disso, o presidente do Samae faz questão de ressaltar que a água que sai do aterro não vai para a bacia de captação do rio Vermelho. Segue para uma bacia separada, a qual desemboca no rio Banhados.