A experiência de Brumadinho trouxe subsídios para que os voluntários do Núcleo de Apoio à Vida – Navi optassem por se desligar do Centro de Valorização à Vida – CVV e decidissem por um trabalho individual e com mais liberdade na luta pela prevenção ao suicídio.
Agora, com a experiência dos dois últimos anos de Setembro Amarelo, palestrando para quase dois mil adolescentes no ano passado e para cerca de mil idosos nesse ano, novamente optou-se por inovar e oferecer consultas fraternas e gratuitas com horário marcado.
O objetivo, muito mais do que a mera e direta prevenção do suicídio, é, através de um processo de escuta e aconselhamento, oferecer subsídios para que as pessoas, de todas as idades, encontrem mecanismos para combater a depressão que, se não tratada pode levar ao suicídio, explica o presidente da Navi, Rolando Schwalbe.
Com novos e experientes voluntários, a Navi passou a atender na Rua Afonso Rank, a rua do Cemox, mas do outro lado da Avenida São Bento, com ampla placa de identificação do local. O atendimento, que é gratuito, só acontece com agendamento prévio, que deve ser feito através do WatsApp (47) 99100-8324.
Como os índices de tentativas de suicídio entre jovens e adolescentes tem aumentado assustadoramente, um dos focos principais da Navi é justamente oferecer atendimento fraternal aos adolescentes.
E para tanto, conta com alguns jovens que estão colaborando no sentido de estabelecer uma plataforma de diálogo com esses adolescentes. Porém, qualquer pessoa, independentemente da idade, pode procurar a ajuda fraternal.
Sigilo e anonimato
“Da porta para dentro, cada um sabe o que passa; da porta para fora, cada um conta o que quer. Somos mestres em julgar sem conhecer. Não sabemos o que o outro enfrenta, não entendemos as suas escolhas porque elas não fazem parte do nosso caminho. Falar é fácil, difícil é calçar os sapatos do outro e andar por cima das suas pedras”, cita o presidente da entidade, destacando a importância de se aprender a ouvir.
Ele cita ainda que, apesar de vivermos num mundo de extrema e fácil comunicação, um dos maiores problemas da humanidade é ter com quem desabafar.
“As pessoas perderam o costume de ouvir, pois assim que alguém as procura para desabafar, em vez de ouvir, prepara um boa resposta e é justamente aí que entra a Navi, com seus voluntários sendo treinados para ouvir e, o mais importante com anonimato e sigilo absoluto”, completa.
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