Terça-feira, 22 de abril de 2025

Centenas de relíquias estarão expostas na praça de Oxford

A Praça Leopoldo Rudnick, em Oxford, receberá neste sábado, das 8 às 17 horas, o 4º Encontro de Bicicletas Antigas. São esperados mais de duzentos expositores, tanto de São Bento do Sul como de várias outras cidades da região. Como cada um costuma participar com mais de uma bicicleta, o público que prestigiar o evento poderá contemplar centenas de relíquias com pelo menos 30 anos de existência, ou seja, fabricadas até meados da década de 1980.

O encontro, uma promoção do Veteran Bike Clube, de São Bento do Sul, é uma oportunidade para conhecer uma série de curiosidades a respeito do universo das bicicletas antigas. Segundo o presidente do clube, Othon Ricardo Fritz, 27 anos, até 1966, as “magrelas” eram emplacadas. “Era um procedimento obrigatório no Brasil”, conta. Da mesma forma que atualmente os veículos automotores precisam da renovação anual de documentação, houve um período em que os proprietários de bicicletas também tinham esse compromisso legal.

Participantes

O 4º Encontro de Bicicletas Antigas contará com expositores de diversas cidades, como São Bento do Sul, Rio Negrinho, Campo Alegre, Corupá, Piên, Curitiba, Jaraguá do Sul, Joinville, Blumenau, Balneário Camboriú, Florianópolis, Criciúma, entre outras. O autônomo Carlos Lang, 42 anos, morador do bairro 25 de Julho, participará pela terceira vez do evento, expondo sua bicicleta Miele Werke, de 1935, fabricada na Alemanha. Interessados em expor podem se inscrever na hora, gratuitamente. No encontro haverá comércio de peças e acessórios para bicicletas. Conforme Othon, se houver chuva forte, o evento será transferido para outra data, a ser confirmada. Mais informações pelo telefone 9934-2704 (Othon) ou pelo e-mail othonricardo@bol.com.br.

Burocracias à parte, o encontro proporcionará uma verdadeira viagem pela história. As bicicletas daqueles tempos normalmente não tinham marchas, por exemplo. Porém, por mais que a tecnologia atual esteja cada vez mais avançada, os modelos de antigamente apresentavam grande resistência. Othon explica que minúcias remontam a determinadas épocas e origens. As bicicletas com freios de mão, mais presentes no sudeste do País, denotavam a influência inglesa. Já na região sul do Brasil, a maioria das unidades tinha freio de pé, resultado da herança germânica. As redes no para-lama evitavam que as mulheres prendessem suas saias em meio aos raios.

Os acessórios e equipamentos ciclísticos sempre existiram, lembra o presidente do Vetaran Bike Clube. “Com o tempo, eles foram evoluindo”, registra. Como exemplo, pode-se citar que havia faróis movidos a querosene e depois os faróis de dínamo, bem diferentes dos modelos tecnológicos atualmente disponíveis.

 

Othon é referência em restauração

Foi após a primeira edição do encontro, em 2011, que a profissão de Othon ganhou impulso. Natural de Rio Negro/PR, mas há vinte anos em São Bento do Sul, ele mora no bairro Serra Alta e, em 2015, completará dez anos trabalhando como restaurador de bicicletas antigas. Othon conta que não teve influências familiares para começar a se dedicar ao ofício. “Foi uma questão de gosto”, diz. “Sempre gostei de antiguidades”. Contudo, de tanto ver um vizinho − mecânico de bicicletas − atuar, acabou entrando no ramo também. No entanto, após o início, com pequenas reformas para clientes do próprio bairro, ele começou a se identificar com as restaurações. A primeira unidade restaurada foi doada para o Museu Municipal Dr. Felippe Maria Wolff. Os negócios acabaram se expandindo. Hoje, Othon é considerado praticamente uma referência no sul do Brasil. Quem quiser ter uma bicicleta restaurada pelas suas mãos precisa aguardar até um ano e meio, tamanha a demanda. Para se ter uma ideia, pelo menos sessenta bicicletas estão na fila.

Durante quase uma década de atuação, Othon já restaurou inúmeras unidades. A mais antiga, uma Göricke de fabricação alemã, é de 1928. A que lhe consumiu trabalho foi uma Dürkopp, de 1939, com eixo cardã. “Foi um orgulho e um desafio restaurá-la”, admite. Em agosto do ano passado, em um encontro congênere realizado em Jaraguá do Sul, um cliente lhe encomendou a restauração de uma Centrum, de origem nacional. A bicicleta, de 1955, será entregue neste sábado ao proprietário – de Guabiruba/SC –, durante o evento na praça de Oxford. Othon conta que muitas vezes a emoção toma conta dos clientes assim que recebem suas “magrelas” restauradas.

Proprietário de uma JC Higgins, oriunda dos Estados Unidos (década de 1940), e com uma tatuagem recém-feita para marcar também na pele a sua intimidade com as bicicletas, o restaurador são-bentense utiliza vários materiais para desenvolver seu trabalho, de madeira a couro, de plástico a peças importadas, dependendo do modelo. A cromagem é feita em outro município. Os resultados, evidenciados ainda mais pela pintura, são notáveis e dão a impressão de que as bicicletas são novas. Em algumas situações, porém, Othon prefere não mexer na pintura, para que as bicicletas não percam as particularidades originais.

Últimas notícias

WhatsApp Image 2025-04-22 at 16.44
Máquina de funmaça Imagem do WhatsApp de 2025-04-22 à(s) 11.51
pexels-cottonbro-10466266
Creativity Day 2
Real Madruga

Mais lidas

Morte moto site
WhatsApp Image 2025-04-17 at 09.54
EIVs supermercados - FOTO Elvis Lozeiko (1)
Morte moto site
Dom João 2

Notícias relacionadas