Ginga, beleza, música, parceria, espírito alegre e até defesa pessoal são alguns ingredientes presentes na fórmula da capoeira. O que para alguns é considerada uma arte marcial, para os praticantes, é uma ramificação importante da cultura brasileira. “O capoeirista é, antes de tudo, alguém que gosta do gingado, da alegria e do respeito ao próximo. Envolve-se na capoeira quem está aberto a ter na modalidade um estilo de disciplina para a vida”, diz o professor Andrei Padilha, um dos instrutores de capoeira da cidade.
Neste ano, os alunos das séries iniciais da escola Alfredo Diener, localizada entre os bairros Serra Alta e Rio Vermelho, estão sendo agraciados pelo projeto, que já tem histórias para contar. “A gente percebe a mudança nas crianças, até a aproximação uns com os outros pela amizade gerada nas aulas. O projeto está sendo muito positivo para eles”, diz a diretora da instituição, professora Eliane da Silva.
Para o instrutor, o objetivo não é formar capoeiristas para a cidade. A maior preocupação é trabalhar a capoeira como uma forma de exercitar o corpo, de gerar o interesse pela alimentação saudável para manter a forma e a saúde e, principalmente, de se disciplinar para a vida entendendo que todos são iguais e têm as mesmas capacidades de realizações, dependendo muito das escolhas feitas por cada indivíduo. “É muito importante que a capoeira consiga seguir a linha de orientação para as crianças no sentido de despertar nelas o espírito de cidadão. O projeto traz algo muito importante para isso: iniciar com os alunos ainda pequeninos. Eles se interessam pela arte da capoeira e se empenham já nos primeiros movimentos”, destaca.
Instrumentos
As oficinas nas escolas ainda precisam de alguns incrementos, especialmente a incorporação de instrumentos musicais tradicionais na capoeira, como pandeiros, berimbaus e percussão. Um projeto aprovado há algum tempo vai garantir um repasse para que a escola Alfredo Diener possa adquirir uma parte do material, mas os instrutores também têm se empenhado para garantir recursos que ajudem na aquisição dos equipamentos, os quais serão utilizados em todas as escolas onde o projeto acontece. Atualmente, mais de 400 alunos da rede municipal de educação das séries iniciais são contemplados com a arte da capoeira por meio das oficinas nos estabelecimentos de ensino.
