O imóvel que abrigou de 1982 a 2016 o Restaurante Scheune, no bairro Mato Preto, também foi tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Compah) de São Bento do Sul. Situado na esquina de acesso à Estrada Fundão, o casarão com características da arquitetura alemã foi construído por volta de 1930, conforme a arquiteta e urbanista Franciele Aparecida Pscheidt, especialista em Conservação e Restauração do Patrimônio.
A lado do casarão havia um atacado secos e molhados, chamado por moradores locais de “negócio”, simplesmente. “O galpão que abrigava o atacado era em madeira, como se fosse um celeiro, daí vem a palavra ‘Scheune’, que deu nome também ao restaurante que funcionou na casa anos mais tarde. O movimento nesse comércio era intenso. A localização do imóvel na rota dos carroceiros era propícia para a venda de produtos coloniais e mantimentos aos que ali passavam”, continua ela, contando que os principais produtos vendidos eram batata e erva-mate.
A região do bairro Mato Preto, relata Franciele, tem relação direta com o desenvolvimento urbano de São Bento do Sul e municípios vizinhos. “Nas proximidades se desenharam a linha férrea e a Estrada Dona Francisca, via por onde chegaram os imigrantes, cujo objetivo era, também, ligar Joinville ao Planalto de Curitiba e facilitar o comércio entre estas regiões, principalmente da erva-mate. A localidade remete aos primórdios da história do município, com ocupação anterior à chegada da colonização europeia”, aponta.
Intervenção
A diretora observa que o imóvel foi inicialmente construído para ser residência da família Kahlhofer, mas depois passou a abrigar o referido restaurante. Em 2017 foi adquirido por JR Participações. Tendo passado por uma ampla reforma, a casa está em ótimo estado de conservação. “A intervenção de maior impacto foi a retirada do reboco, deixando a estrutura da casa totalmente aparente, contudo, a retirada do revestimento da alvenaria não compromete a arquitetura ou qualquer elemento de relevância histórica e cultural, uma vez que a estrutura permanece a mesma”, expõe a arquiteta.
Confira mais detalhes sobre o tombamento no jornal impresso desta quarta-feira (15).