Mesmo no inverno, a opção foi a natureza

Muita gente aproveitou o veranico do final de semana para usufruir do que os recantos e parques naturais existentes na região têm a oferecer. Apesar do inverno, que só terminará daqui a quase um mês, a estação meteorológica do Samae de São Bento do Sul registrou 30,2 graus às 14h45 de domingo. Conforme os dados históricos da estação, é a maior temperatura de agosto deste ano e a mais elevada para o mês de agosto desde 2010. Contando os integrantes do Consórcio Quiriri (São Bento, Rio Negrinho, Campo Alegre e Corupá) e também o município paranaense de Piên, há aproximadamente 100 estabelecimentos à disposição da população local e dos turistas, os quais dispõem de inúmeros atrativos. São cachoeiras, rios, córregos, tanques, piscinas, toboáguas, montanhas, cavernas, tirolesas, trilhas contemplativas, viveiro de pássaros, circuito de arvorismo, campo de paintball, etc.

Além de áreas para acampamento, com quiosques e churrasqueiras, alguns estabelecimentos do gênero contam com opções para hospedagem, como hotel e pousadas, bem como serviço de alimentação, os quais vão do pastel feito na hora ao almoço com marreco recheado ou ao farto café colonial. Praticamente todos estão localizados em áreas com muito verde, casarões históricos, paisagens típicas do interior e estradas de terra. Em São Bento do Sul, algumas opções encontram-se na Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Vermelho/Humbold, caso das localidades de Rio Natal e Ano Bom, por exemplo. Com o calor do fim de semana, a movimentação foi intensa no local.

Restaurantes lotados também

Dois dos restaurantes existentes em Rio Natal ficaram lotados no domingo, conta o secretário municipal de Turismo de São Bento, Jota Pierin. “Ficamos surpresos com o movimento, pois houve um grande fluxo de pessoas”, destaca ele, explicando que observou veículos com placas de Jaraguá de Sul, Corupá e Curitiba circulando no local. Guardadas as devidas diferenças existentes entre o que há em uma cidade do interior e a estrutura de uma das capitais brasileiras modelo em vários setores, Jota cita que já ouviu elogios de turistas de Curitiba. Segundo ele, os turistas registraram que em São Bento do Sul as atrações ecoturísticas fazem jus à denominação, pois, apesar dos investimentos públicos e privados, as mesmas são beneficiadas pelos próprios encantos da natureza local. Por isso, acredita o secretário de Turismo, o potencial são-bentense está justamente nesse ambiente propício ao descanso, ao lazer ecológico e à contemplação – mesmo para quem vive aqui, praticando o chamado turismo interno.

Jota cita ainda o Circuito de Cicloturismo das Araucárias, o qual atrai ciclistas de várias regiões de Santa Catarina, do Brasil e até do exterior. Na semana passada, representantes do setor turístico de Joinville estiveram na cidade para conhecer maiores detalhes sobre o projeto. “Eles vieram em uma comitiva, pois muita gente que pedala em Joinville fala do modelo do nosso circuito regional”, comenta o secretário. O Circuito de Cicloturismo das Araucárias engloba São Bento, Rio Negrinho, Campo Alegre e Corupá, em um total de quase 250 quilômetros, pelos quais o aventureiro pode conciliar suas pedaladas com atividades como rapel, visita a cachoeiras ou a prédios históricos, passeio na maria-fumaça ou mesmo eventos turístico-culturais nos quatro municípios, conforme agenda.

“Experiência diferenciada”

Uma das regiões são-bentenses mais visitadas, sobretudo nos dias quentes, está localizada no sul do município, já nas proximidades com Corupá. Nesta região, rodeada por recantos e parques, o calor costuma ser maior ainda, pois está em altura bastante inferior aos 838 metros acima do nível do mar registrados na parte mais alta da cidade. Foi na localidade de Ano Bom que um grupo de quase vinte são-bentenses acampou de sábado para domingo, aproveitando o céu azul e o sol a pino, mas também a sombra das árvores e a refrescância das águas límpidas, com uma transparência capaz de mostrar um enorme cardume de lambaris.

Para um dos campistas, o eletricista autônomo Lucas Cruz, 20 anos, morador do bairro Serra Alta, o recanto onde ele passou parte do sábado e quase todo o domingo “é um dos vários belos pontos de retiro que possuímos em nossa rica região”, conforme suas próprias palavras. “Isso é ótimo para uma experiência diferenciada em relação às rotinas maçantes a que nos submetemos no nosso dia a dia”, diz. Ele ressalta o poder que a natureza local proporciona. “Respirar um ar puro, em um clima totalmente natural, é revigorante”, comenta.