Foi anunciado na manhã desta quarta-feira (06) que a conta de energia elétrica irá sofrer um reajuste já a partir desta quinta-feira. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisou o pedido da distribuidora Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A.(Celesc) e confirmou um aumento médio de 22,62% nas contas de energia. Este valor é acima do solicitado pela Celesc, que havia pedido um aumento de 20,49%.
O presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), Osmar Mülhbauer, criticou a decisão, anunciada menos de um ano depois de um decréscimo de aproximadamente 19% na conta de luz. “O impacto é nacional, isso decorre de um equívoco tremendo da política que o governo federal tem exercido. Foi anunciado em rede nacional a redução na conta da energia elétrica, em um momento completamente inadequado, só em função do projeto de reeleição”, diz e complementa. “Isso cada vez mais tira a competitividade da indústria brasileira perante os outros mercados mundiais, além do efeito interno que traz”, reclama.
Valor dos produtos
Mülhbauer ainda lembra que este anúncio pode refletir no preço dos produtos para o consumidor final e dificulta ainda mais a obtenção de um balanço promissor no final do ano para o setor empresarial. “A expectativa econômica já não é positiva para esse segundo semestre, e esse fato irá derrubar ainda mais, justamente em um momento em que o comércio e a indústria estão tentando se recuperar do primeiro semestre”, completa.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Bento, Sandro Adriano, lamenta essa decisão e também acredita que no final do processo alguma porcentagem desse valor irá acabar chegando até o consumidor. “Quem irá pagar infelizmente é o consumidor final, pois o aumento é sentido pelo empresário, e ele tem que repassar isso de alguma maneira. A tributação paga pelos comerciantes já é muito pesada e agora mais esse reajuste, fica difícil se manter dessa forma”, diz.
Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Daniel Lutz, também lamenta a decisão. “É um custo significante para as empresas e pode ter um impacto nos preços”, diz, e segue. “Não é um bom momento para termos um aumento deste porte, já estamos passando por uma fase difícil, com algumas fábricas demitindo, dando férias e reduzindo os turnos, e um impacto desses irá prejudicar as empresas”, completa.
