Hoje, a mãe, avó e bisavó Philomena Linzmeyer completa a trajetória de 100 anos. Natural de São Bento do Sul, ela vive em Campo Alegre há mais de 80 anos. Após construir sua vida no Salto, agora recebe os cuidados da filha e do genro no bairro Belo Horizonte.
O tempo não apagou as lembranças. Mesmo com dificuldade para ouvir, ela relata a infância difícil em tempos remotos, longe da escola, além das dificuldades com a língua portuguesa, ainda vivas em sua memória. “Aproveitei pouco a escola. Era longe, eu e meu irmão precisávamos ir descalços mesmo que estivesse frio. As professoras eram bravas e nos surravam”, rememora. Em casa, só se falava em polonês; só na escola ela passou a aprender o português e o alemão. “Fui aprender a ler direito depois de adulta. Na escola, foi muito pouco que aprendi”, conta a centenária, que passou a infância e adolescência morando na Estrada dos Polacos, hoje chamada rua Augusto Wunderwald.
Mudou-se para a localidade do Salto, em Campo Alegre, após casar com Aloiz Lizmeyer. Permaneceu setenta anos no local. Lá, o marido sustentava a família com o trabalho em um estabelecimento de secos e molhados, mais alguma roça. Tiveram três filhas e quatro filhos. Apenas há dezesseis anos, ela está na casa da filha Irene Pykocz devido à idade avançada. Deste tempo, há dez anos está viúva.
Missas na televisão
A centenária passa os dias na casa da filha. De preferência na cama, principalmente no frio. Sai de lá apenas para assistir as missas na televisão. Entre os motivos de chegar aos 100 anos, Irene destaca a religiosidade da mãe. “Muitas vezes, percebo que está no quarto rezando baixinho. Sempre foi uma mulher de muita fé”, comenta. Ela inclui que dona Philomena depende apenas de um remédio para controlar a pressão e está com um problema na perna por motivo de uma queda. “Minha mãe tem uma alimentação muito saudável até hoje. Quando tem fome no meio do dia, sempre pede uma fruta”, conta dona Irene. A festa será amanhã, com os sete filhos, 18 netos e 15 bisnetos, entre outros amigos convidados.