Conversar, desenvolver relacionamentos e se situar nos ambientes são algumas das dificuldades de quem possui autismo. Quem nasce com essa deficiência precisa de acompanhamento com diversos profissionais para desenvolver melhor suas potencialidades. É o caso da menina Kêmilly Ropelatto, 8 anos. Embora o autismo tenha sido diagnosticado com atraso, ela passa por terapia ocupacional, fonoaudióloga e fisioterapeuta desde os dois anos. “Começamos a encaminhá-la para os tratamentos desde que percebemos haver algum atraso no desenvolvimento dela”, explica a mãe, Kátia Ropelatto.
Foram mais de quatro anos consultando especialistas em busca de explicações sobre as dificuldades que a menina apresentava, principalmente na área da linguagem. Apenas em 2012, foi diagnosticado o autismo em consulta a um neuropediatra de Curitiba. “O médico observou minha filha durante a nossa conversa e logo disse que ela apresentava esse problema, devido à forma dela se portar”, explica Kátia. Normalmente, a avaliação é realizada na observação do comportamento. Desde então, os pais investiram em leituras, continuação dos tratamentos de terapia ocupacional e hidroterapia, realizados duas vezes por semana.
Centro de Atendimento ao Autista
Desde março, está em funcionamento o Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado ao Autista. Atualmente, sete pessoas são atendidas nas áreas clínica e educacional, no período da tarde. O centro conta com vários profissionais, como professora especializada, atendente, psicólogo, fonoaudióloga, merendeira, professor de educação física e professor de música. “O atendimento é realizado individualmente, pois fazemos o rodízio entre eles”, explica a responsável pelo centro, Geovanna Vicente.
Hoje, atividades recreativas serão desenvolvidas na parte da tarde, em alusão à data. Piscina de bolinhas, cama elástica e outras brincadeiras estarão disponíveis no local − antiga sede do Emeja, em Serra Alta − com o objetivo de estimular o convívio social dos autistas.
Geovanna Vicente explica que o centro é educacional e clínico, com professora especializada em atendimento para autismo, uma estagiária que dá suporte para os momentos de higiene e apoio ao professor, psicólogo, fonoaudióloga, professor de educação física, está a caminho um professor de artes, e há um professor de música que trabalha com musicoterapia, tem a merendeira. Os estudantes passam a tarde lá. O atendimento é individualizado e é feito o rodízio dos alunos no atendimento.
Amanhã, em comemoração ao dia, terá uma tarde recreativa com os alunos, aberta à visitação. Devido à data, o uso da cor azul é simbólico, e alguns estabelecimentos comerciais em São Bento do Sul vestirão suas vitrines em alusão à data.
Em meio às pesquisas, a mãe descobriu que a presença do glúten, da lactose e dos produtos industrializados altera o comportamento das crianças com problemas neurológicos, agindo como tóxico em seus organismos. A dieta não cura o autismo, mas retira do cardápio ingredientes que atrasam o desenvolvimento dos autistas. Esta dieta é seguida pela menina desde 2012, a mãe prepara todas as refeições. “A melhora nos campos da concentração, no comportamento, na linguagem, no sono é visível, e minha filha não precisa de nenhum tipo de medicamento como muitos outros autistas ainda usam”, ensina Kátia.
Em casa, a família criou um espaço para estimulação das mais diversas áreas, onde ela realiza atividades com acompanhamento da prima Camila, que é a sua atendente educativa, a acompanha na sala de aula e na realização das tarefas. Kêmilly tem uma rotina com atividades psicomotoras, de alfabetização, brincadeira de faz de conta, artesanato, cavalgadas, estímulo da independência, entre outras. Todo esse trabalho é orientado e supervisionado por profissionais de uma clínica de Blumenau, especializados em autismo.
Além das atividades em casa, Kátia destaca a dedicação da equipe da escola Dalmir Pedro Cubas, de Serra Alta, por parte dos professores, equipe pedagógica e colegas, que acolhem e respeitam a menina, além da Secretaria de Educação em geral. “A orientadora educacional Geovanna Vicente sempre está na escola, acompanhando o desenvolvimento da Kêmilly e auxiliando no que é necessário”, comenta a mãe.