Inaugurado em setembro de 2023, durante as comemorações do sesquicentenário são-bentense, o monumento em honra a São Bento tem atraído diferentes olhares, seja de moradores locais, seja de visitantes e turistas. Situada no alto da rampa que dá acesso à Igreja Matriz Puríssimo Coração de Maria, a estátua tem alguns detalhes que talvez passem despercebidos aos menos atentos. Um deles fica aos pés do religioso: um corvo. Mas, afinal, que ligação a ave tem com o santo que dá nome ao município? O padre Luciano Toller explica.
Convidado para cuidar de um mosteiro em Vicovaro, na Itália, São Bento logo tratou de implantar regramentos. De acordo com Toller, os monges não gostaram da disciplina instituída e tentaram envenenar o líder religioso. “Ele sofreu duas tentativas de envenenamento. Na primeira vez, ele fez uma oração sobre o cálice, que tinha veneno. O cálice caiu e se partiu. Na segunda vez, colocaram um pão envenenado na mesa dele”, completa.
No momento da oração durante a segunda tentativa, segundo o padre, apareceu um corvo e levou o pão, livrando São Bento do veneno. “O corvo é um sinal do livramento de Deus na vida dele”, diz. “Ou seja, no poder de Deus, jamais um indivíduo será envenenado ou será morto por algo que não auxilia na vivência da santidade”, acrescenta Toller.
“São Bento passou por um processo muito profundo de conversão, com uma nova prática de vida. Esse novo jeito de viver acabou sendo bastante radical. Tanto que a regra que ele carrega em mãos traz a verdadeira convivência do cristão e da organização monástica”, conta.
“Por isso, São Bento também é invocado diante de situações que pedem mudanças. Quer dizer, pede-se auxílio a ele quando se deseja fazer uma grande mudança ou uma reforma. Assim como ele foi protegido do veneno daqueles que queriam continuar no mesmo caminho, quem deseja mudar que seja livre de todo o mal”, finaliza o padre Luciano Toller.
Bosque
Os arredores da Matriz também vão ganhar em breve um bosque. O padre explica que as obras serão concluídas nos próximos meses.
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