Um novo tipo de golpe tem assustado alguns moradores de São Bento do Sul e região. A vítima recebe uma mensagem ameaçadora pelo WhatsApp, onde o criminoso diz ser de uma facção ou ‘comando’ e passa a intimidar sobre supostas denúncias de tráfico de drogas. No decorrer da conversa, ele pede dinheiro à vítima, afirmando que, caso contrário, vai ‘mandar seus parceiros’ pessoalmente no endereço da vítima.
O golpista, nesse caso extorsor, se identifica como Tiago e diz estar à frente do tráfico de drogas na região. “Eu represento o comando aqui em São Bento do Sul, ponto a ponta o movimento, o tráfico de drogas quem comanda sou eu aqui na cidade. Tô chegando nessas ideias com você porque tá rolando ‘umas ideia’ envolvendo seu nome, endereço, tua foto e contato, tá tudo no grupo da nossa facção como x-9, como cagueta”, diz o criminoso, por meio de áudio.
Ele cita ainda que tal ação da vítima estaria atrapalhando os negócios da facção. “Tá atrasando nosso lado e passando informação do nosso tráfico de drogas. Queria ver com você se isso procede, se ‘nóis’ tá mexendo com você, te atrapalhando ou fazendo algo pra você que não seja do seu agrado, pra estar denunciando ‘nóis’ e atrasando nosso lado. ‘Os parceiro’ querendo encostar na tua pra resolver isso na bala, porque x-9 e cagueta a gente resolve nesse jeito”, diz o homem em áudio.
Por fim, o criminoso afirma ter ouvido falar que a vítima em questão é do bem, que possui família e é trabalhadora, antes de pedir dinheiro a ela. “Nunca tivesse problema com ‘nóis’ e agora tá tirando dessa aí? Qual seu problema com ‘nóis’? Por que tá denunciando ‘nóis’ pra polícia? Chega logo com a verdade pra gente não estar tomando a atitude errada”, finaliza.
Crime de extorsão
Evaristo Abrahão, escrivão da Polícia Civil em São Bento do Sul, afirma que já recebeu alguns boletins de ocorrência desse tipo. “O esquema é quase sempre o mesmo: a própria vítima acaba informando que mora em São Bento (ou qualquer outro lugar, o extorsor se adequa conforme os dados) ou o extorsor consegue consultar os dados da vítima em redes sociais, ou por meio de terceiros, dando mais credibilidade à ameaça”, diz.
“Quem receber este tipo de mensagem deve atentar não apenas se conhece algum dos nomes mencionados pelo extorsor (pois isto dá para obter facilmente em redes sociais ou por meio de terceiros), mas se a ameaça tem qualquer fundamento, o vocabulário e sotaque do extorsor, e notar que ele diz ser “da região”, mas não nomeia bairros, ruas, estabelecimentos. É tudo sempre muito genérico, porque isto facilita o que o criminoso almeja”, explica.
A orientação, segundo a Polícia Civil, é de não responder e bloquear o contato. “Sequer responder ou dar corda, mas bloquear o contato e compartilhar o ocorrido com parentes e amigos, alertando-os quanto à modalidade criminosa”, ressalta Evaristo.
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