Terça-feira, 22 de abril de 2025

Entenda as reivindicações dos professores que estão em greve na região

Professor fala dos motivos da paralisação ocorrida em todo o Estado e que conta com adeptos locais

• Atualizado 18 dias atrás.

Na última terça-feira (23), professores da rede estadual aderiram à Greve da Educação, que chega nesta segunda-feira (29) no seu sétimo dia e sem negociações com o governo de Santa Catarina. Os profissionais reivindicam diversas melhorias como a realização de um novo concurso público, que não é feito desde 2017. Na região, dos 375 professores estaduais, apenas 120 são concursados.

Além do concurso, os profissionais pedem mais investimentos nas estruturas das escolas. “Eu dou aula no Roberto Grant, estamos com problemas no telhado. Foi feita uma reforma e colocado um tipo de telha, que quebraram. Hoje, chove dentro do galpão. Estamos sem ventilador nas salas desde 2022. Tinha aquele de teto central, foi retirado para colocar o projetor, mas nunca mais foi colocado o ventilador. Imagina um calor acima de 30 graus, uma sala com 30 pessoas e com poucas janelas. Difícil ter qualidade de ensino assim”, lamentou Anderson Odon, professor doutor na Escola Roberto Grant.

Outro item na pauta de reivindicação é a revogação do desconto de 14% do salário dos professores para a previdência. “Esse número já é acima da dedução do INSS, que seria de 11% para nossa faixa salarial. E quando se aposenta, continua tendo a dedução do salário. Se for pelo INSS, a pessoa se aposenta e não continua pagando. Essa revogação também está sendo pedida”, explica.

A questão da hora atividade também é um pedido na pauta dos grevistas, para que os professores possam usar desse tempo para planejar aulas e corrigir provas. “Se você está em sala não consegue fazer isso, precisa ter um tempo para isso. As professoras de anos inicias e segundas professoras não tem direito às horas atividade. Como uma professora de ensino fundamental, que trabalha o dia todo com alunos em sala, chega em casa e precisa corrigir provas ou preparar uma aula?”, indagou Anderson.

Atualmente, todos os professores possuem um nivelamento salarial injusto, segundo a classe. “Em 2021 teve anúncio do governo que nenhum professor ganharia menos de R$ 5 mil. Esses R$ 5 mil não são o piso, o piso hoje é R$ 3,6 mil. Se ele ganha R$ 3,6 mil, recebe R$ 1,4 mil de complementação para chegar a R$ 5 mil. Se ele ganha R$ 4,8 mil, ganha R$ 200 de complemento para chegar a R$ 5 mil. Hoje, R$ 4,8 mil é o salário de um professor com mestrado, então o professor com mestrado recebe a mesma coisa que um professor que não tem nada. O professor que passa 30 anos na carreira, se tem somente a graduação, se aposenta recebendo menos que os R$ 5 mil. Isso que é compactação, fica mantido uniforme o mesmo salário do início ao fim”, explica Anderson.

A tabela atual do governo mostra que o profissional com licenciatura plena ingressa recebendo pouco mais de R$ 3,6 mil, passando para R$ 3,9 mil se tiver especialização e R$ 4,6 mil se tiver mestrado. “Eu tenho doutorado concluído, meu salario é de R$ 6,3 mil, mas na prática, com todas as deduções, meu salário líquido fica em R$ 5,1 mil. O ACT, o salário ficam em torno R$ 4,3 mil, não chega a ser mil reais de diferença do professor com doutorado concluído da pessoa que não tem nada”, desabafou Odon.


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