A são-bentense Luziane Massaneiro procurou A Gazeta para relatar um crime praticado na internet. Ela conta que viu uma oportunidade de investimento através da página no Facebook de uma pessoa conhecida. Ao conversar com a pessoa, sem saber se tratar de um golpista, ela seguiu as orientações e acabou caindo em um golpe, perdendo acesso a sua página pessoal no Facebook.
Conforme Luziane, a postagem chamava a atenção para um possível investimento. “A gente que tem criança pequena sempre precisa de um dinheiro extra. Perguntei como funcionava, a pessoa disse que tinha que investir um dinheiro. Ela me mandou uma tabela dos valores e eu disse que não tinha dinheiro no momento”, conta.
O golpista, então, disse que faria o investimento por ela, pedindo que devolvesse o valor quando o crédito caísse na conta da são-bentense. “Acreditei e fui indo. Ele disse que tinha investido, mas que para liberar o dinheiro precisava de um vídeo meu falando que tinha feito o investimento e tinha dado certo. Aí fiz o vídeo, falei que tinha feito o investimento com a pessoa e deu certo”, citou.
O golpista pediu mais um vídeo, desta vez solicitando que a são-bentense confirmasse ser ela mesma. “De repente ele falou que ia chegar um código de pagamento no meu celular via SMS. Chegou e passei para ele. Quando passei, sumiu meu Facebook, não tinha mais acesso nenhum. Tentei de todos os modos recuperar a conta, mas não tive êxito. Entrei no Facebook do meu marido e fui mandar mensagem para a pessoa, e era o golpista. O mesmo procedimento que fez comigo, fez com a pessoa”, lamentou.
Com os vídeos da vítima em mãos, o golpista pode agora ampliar a abrangência do golpe. “Uma amiga, a Andressa da Rosa, me mandou mensagem no Facebook novo que fiz, perguntando se eu tinha feito o investimento e dado certo. Falei que era tudo mentira e ela disse que já tinha caído também”, disse. “Logo ele descarta meu Facebook e começa a usar o dela também”, completou Luziane.
Crime recorrente
Conforme o escrivão da Polícia Civil de São Bento do Sul, Evaristo Abrahão, este é um golpe que tem ocorrido muito na região.
“A pessoa está procurando uma renda extra, querendo complementar o orçamento da família, aí ela procura ou é procurada por uma suposta agência recrutadora. Essa agência sempre faz propostas no sentido de que você vai depositar algum valor em algum momento e vai ter um retorno superior, um retorno interessante”, explica.
As propostas de ganho são atrativas, fazendo com que a vítima tenha real interesse no negócio. “Se você depositar R$ 100 vai ter um retorno de R$ 300 ou R$ 400, se depositar R$ 500 vai ter um retorno de R$ 2 mil. Por vezes, as pessoas até recebem uma parte deste valor na conta bancária, o que faz elas acreditarem que seja um negócio legítimo. Então, você começa a ter alguns pedidos e chega R$ 10 ou R$ 50 na sua conta”, frisou Evaristo.
O problema é que para elevar os ganhos, é preciso também aumentar o valor do depósito. “No final, a pessoa depositou valores bem altos e não recebeu nada em troca. Por mais que eles depositem no começo pequenos valores, eles não vão depositar esses valores superiores. Cuidado com esse tipo de golpe”, alerta Evaristo.
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