Em meio à crescente onda de golpes virtuais, um dos golpes mais frequentes em São Bento do Sul é o do falso gerente bancário. De acordo com o escrivão da Polícia Civil de São Bento do Sul, Evaristo Abrahão, esse golpe tem se tornado cada vez mais comum, com vítimas que acabam sendo ludibriadas por uma abordagem convincente.
“Tem um caso que tem acontecido bastante recentemente e tem chegado bastante na nossa delegacia. A pessoa, muitas vezes no final de semana, recebe uma ligação de alguém que informa ser do setor de segurança do banco. Essa pessoa fala o nome do gerente aqui da Caixa, Banco do Brasil, enfim, que são informações de domínio público, fala que é o fulano e que estão tentando mexer na conta do senhor ou senhora. Ele orienta a pessoa a ir até a agência ou entrar no aplicativo. Esse suposto gerente começa a passar orientações de onde a pessoa deve clicar e quando percebe, já fez uma transação ou um pix. E aí já é tarde”, citou.
Outro caso que ocorre com bastante frequência é quando os golpistas simulam emergências familiares para induzir transferências de dinheiro. Caso a pessoa seja procurada por um golpista, o ideal é manter a calma e tentar buscar informações que são restritas da família.
“Sempre tentar fazer as coisas com calma. Tem situação que chegam para nós do filho ou filha que sofreu acidente e precisa de dinheiro para o guincho, para o hospital. A mãe fica desesperada, não consegue contato com o filho. No desespero, acaba fazendo a transferência e nem confere que o pix foi para outra pessoa que nunca viu na vida”, disse.
“É preciso agir com tranquilidade, pensar bem se de fato está falando com seu filho ou filha. Tentar criar uma senha, perguntar qual o nome da sua avó, o nome do seu cachorro, qualquer coisa que seja de conhecimento só seu e daquele familiar”, completou.
Série de vídeos sobre os golpes
A Gazeta, em parceria com a Polícia Civil de São Bento do Sul, lançou no sábado (20) uma série de vídeos sobre os principais tipos de golpes de estelionato praticados na cidade e região.
A ação visa orientar a comunidade e trabalhar na prevenção a este tipo de crime, que, segundo dados da própria polícia, aumentou consideravelmente nos últimos anos. Uma vez por semana, um tipo de crime será abordado para que as pessoas saibam como os golpistas agem.
Evaristo comenta que recebe diversas vítimas de golpes, principalmente pela internet, que procuram a delegacia para registrar o ocorrido.
“A gente quer alertar a população que os casos de estelionato cresceram de uma forma excepcional de alguns anos para cá. Se há cinco anos, de cada 10 B.O.s (boletim de ocorrência) dois eram de estelionato, hoje, a cada 10, sete são de estelionato. São crimes de difícil resolução”, comentou.
Ele cita que o estelionato mudou muito e que atualmente é um crime que não exige mais a presença do criminoso de forma física.
“É o tipo de crime em que o golpista precisa da sua participação para lucrar posteriormente. Ele precisa te enganar, te levar a uma conclusão que você vai ter uma vantagem, ou de que está numa situação de emergência, para que você não tenha tempo de pensar. Aí toma uma decisão que logo em seguida vai se arrepender”, explicou.
O perigo, conforme Evaristo, está ainda mais presente nas redes sociais. “O que a gente quer fazer é instruir a população para que nestes contatos com a rede social, como Instagram, Facebook, WhatsApp, vendas de classificados, OLX, sempre tomar cuidado com quem está do outro lado. Aparece uma foto de perfil da sua filha, mas não é sua filha, é alguém que clonou a foto dela numa rede social e usou para fazer contato alegando ser sua filha para praticar um golpe”, ressaltou o escrivão.
Precaução e informação
Frente à isso, a parceria entre A Gazeta e Polícia Civil busca justamente explicar como estes golpes funcionam, de modo que a população tenha conhecimento e fique alerta caso seja contatado por um golpista.
“A melhor forma de combater o estelionato é a precaução. Muitas vezes, os golpistas são de outros estados. A pessoa que aparece depois, como beneficiário, é só um laranja, alguém que perdeu os documentos. Essa pessoa não tem nada a ver com o golpista! A resolução desses casos é muito difícil, o banco não ressarce porque é algo que aconteceu fora do banco, não foi uma falha de segurança do banco. A pessoa muito dificilmente vai reaver esses valores”, enfatizou Abrahão.
Assista
O primeiro vídeo da parceria entre Polícia Civil e A Gazeta será disponibilizado hoje, às 18 horas, nas páginas do Instagram e do Facebook de A Gazeta.
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