As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul levantaram uma bandeira importante: a do voluntariado. Milhares de pessoas se solidarizaram com a situação e seguiram para o estado gaúcho a fim de auxiliar de alguma forma as famílias afetadas. E os são-bentenses não ficaram de fora dessa corrente. Nas últimas semanas, muitos moradores locais mostraram que a união e o altruísmo podem fazer a diferença.
Adriano Jarochevski e Rafael Stiegler acabaram de retornar das áreas afetadas. Eles desembarcaram no último domingo em Porto Alegre, onde distribuíram donativos, inclusive para um abrigo que atende crianças e adolescentes. Já na terça-feira seguiram para Roca Sales a pedido de um capitão do Corpo de Bombeiros para ajudar nos resgates e na distribuição de comidas, medicamentos e água para as comunidades que estavam isoladas.
Eles contam que se depararam com cenários devastadores durante o período que permaneceram no Rio Grande. “É realmente impressionante o que aconteceu. Nós não temos muita noção olhando nos vídeos. Chegando lá, a visão é outra”, comenta Adriano.
Em Canoas, por exemplo, a tragédia causada pelas enchentes foi tão severa que se tornou difícil diferenciar quem eram os moradores de rua e quem eram os desabrigados pela inundação. Acredita-se que, quando a água finalmente baixar, a dimensão da catástrofe será ainda mais evidente, com a descoberta de muitos corpos. Isso porque em muitos locais o poder público informou que não haveria alagamentos, mas a água começou a invadir as áreas residenciais à noite, pegando muitas famílias de surpresa e impossibilitando a saída a tempo.
Adriano também percebeu que existem duas realidades distintas em Porto Alegre: a parte da cidade severamente atingida pelas cheias e a outra parte onde os moradores pareciam alheios à tragédia. “Os voluntários eram todos de fora, de vários estados brasileiros. E estando lá nós entendemos o quanto era importante esse apoio. Muitos saíram de suas casas só com a roupa do corpo. Vemos a tristeza e o desespero das pessoas em não saber como recomeçar a vida”, comenta.
Os são-bentenses tiveram que voltar antes do previsto devido às fortes chuvas e às péssimas condições das estradas, que estavam muito danificadas e até mesmo intransitáveis. Mas, a vontade de ajudar e ser útil foi muito maior que os contratempos e não impediram eles de cumprir com a missão voluntária. “Cada minuto que passamos lá valeu a pena”, garante.
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