Trabalhar com a educação sempre foi o desejo de Vitória Ruda, que aos 86 anos, tem uma vida realizada tanto pelos anos que atuou em sala de aula, quanto pelas ações voluntárias promovidas na comunidade. Natural de Rio Natal, desde cedo mostrou sua vocação para o ensino. Sua carreira começou em 1956, quando se formou e iniciou o trabalho na unidade de ensino Sofia Oszika, mesma escola onde estudava, compartilhando com as crianças do interior a alfabetização.
Em 1976, mudou-se para o bairro Serra Alta, vindo a trabalhar em outras escolas como o colégio Castelo Branco, Frederico Fendrich, até chegar na escola João Ropelato, unidade de ensino inaugurada nos anos de 1978, onde também foi diretora da escola durante quase 15 anos. “Eu trabalhei mais de 40 anos com a educação. Mas nunca me cansei, pois sempre me dei muito bem, tanto na direção, como com a professora. Quando entrava o período de férias, já não via a hora de começar de novo, pois amava o que fazia”, relembra Vitória.
Ela lembra com carinho dos tempos em que os pais participavam mais ativamente da educação dos filhos, contrastando com a realidade atual em que os pais parecem mais distantes das escolas. “Estive presente no Dia da Família na escola João Ropelato, onde fui professora e diretora. Isso me lembrou de quando a gente realizava vários eventos para aproximar os pais com o colégio, pois na época também existiam professores muito bons e que se preocupavam com isso. Mas isso foi mudando, o número de alunos também foi diminuindo, pois os pais pareciam preferir levar os filhos para o centro da cidade, o que resultou em uma diminuição no número de alunos em algumas escolas de bairro”, disse.
Com dez filhos para cuidar e educar, Dona Vitória conciliava o trabalho na escola com os cuidados em casa, com auxílio de seu marido, Ambrosio Ruda, falecido no ano passado. “Meu marido sempre ajudou muito. Quando viemos para cá, ele trabalhava na roça, mas sempre me aconselhava, cuidava das crianças quando eu precisava fazer os cursos de formação e enquanto estava na escola. Nós nos dávamos muito bem, os filhos também colaboraram, foram crescendo e cada um foi tomando seu rumo”, comentou.
Junto à comunidade
Além de sua dedicação à educação formal, Dona Vitória também se envolveu em atividades voluntárias, como na Igreja São José, onde atuou como catequista e colaboradora da Igreja até os seus 80 anos. Sua participação ativa na comunidade se estendeu até a aposentadoria, quando passou a se dedicar ainda mais a essas atividades. “Depois quando eu me aposentei, ficava mais tempo na Igreja do que em casa, pois adorava conversar com as crianças e promover o conhecimento. Mas sempre chega o momento de parar, mas hoje em dia eu me sinto realizada”, conta.
Agora, aos 86 anos, Dona Vitória continua fazendo outras atividades que mais gosta no dia a dia para passar o tempo, como costurar panos de louça para presentear filhos e netos, além de praticar a sua leitura diária. Além disso, mesmo morando sozinha, seus filhos continuam próximos, demonstrando o amor e o respeito por ela.
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