Vítima de ataque com facão em Rio Negrinho relata momentos de desespero; agressor pode ir a júri popular

Kessya compartilha sua experiência dramática e a recuperação após ser atacada pelo ex-companheiro com um facão
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• Atualizado 5 dias atrás.

Devido aos ferimentos a jovem precisou amputar a mão direita (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

A Kessya Souza, de 18 anos, contou em um relato publicado em seu instagram os momentos de terror que viveu ao ser atacada pelo ex-companheiro dentro de um supermercado em Rio Negrinho, na sexta-feira (24/10). Devido aos ferimentos do ataque, a jovem precisou passar por cirurgia de emergência e teve a mão direita amputada.

“O desespero e o medo tomaram conta de mim naquele dia, quando escutei meu nome. A única coisa que senti, por instinto, foi vontade de fugir. Tentei correr, mas caí duas vezes e, na segunda, fui atacada. Me arrastei até a calçada, e naquele momento senti como se fosse o último da minha vida. Senti que era o meu fim”, escreveu Kessya.

Ela descreveu ainda a brutalidade do ataque: “Enquanto ele me golpeava com o facão, eu não percebia o quão cruel era. Achei que estava apenas sendo espancada. De repente, tudo ficou branco, como se eu fosse desmaiar, e minha vista embaçou. Então, ele me largou. Provavelmente achou que eu estava morta.”

No relato, Kessya destacou o apoio de colegas que tentaram ajudá-la e a intervenção da polícia: “Eu permaneci consciente o tempo todo, vendo o desespero das pessoas ao meu redor. O olhar delas dizia tudo: ‘Meu Deus, o que eu faço agora? É o fim dela.’ Até que a polícia chegou ao meu lado e eu consegui depor contra o meu opressor.”

A jovem também falou sobre os momentos difíceis no hospital: “Na sala de cirurgia, havia sangue por todo lado. Minha mão estava enfaixada com um torniquete. O médico disse: ‘Não há solução. Sua mão está presa por uma lasquinha, vai precisar ser amputada.’ Naquela hora, implorei a Deus: ‘Senhor, por favor, me deixa com a minha mão!’ Mas, no final, entendi que eu nunca mais a teria.”

Mesmo diante da gravidade do ataque, Kessya revelou que tenta manter a força e a fé: “Hoje, só penso em Deus e em agradecer por ainda estar aqui. E por duas pessoas que foram fundamentais: Jhenyfer e Felipe, meus dois heróis, que enfrentaram a morte para me defender.” Se referindo aos outros dois funcionários do mercado que também ficaram feridos ao tentar ajudar a jovem. São eles Jhenifer Schlucubiier, de 32 anos, que foi atingida no rosto, e Felipe Eduardo de Lima Kwitschal, de 19 anos, que sofreu ferimentos na nuca e nos braços.

Denúncia do Ministério Público
O agressor, de 23 anos, foi preso pouco depois no bairro São Pedro, em São Bento do Sul, e segue detido preventivamente. Ele deve responder por tentativa de feminicídio e duas tentativas de homicídio.

Nesta terça-feira (4), o Ministério Público de Rio Negrinho protocolou denúncia pedindo que o acusado seja julgado pelo Tribunal do Júri e que, em caso de condenação, seja fixado o valor mínimo de reparação de R$ 100 mil para cada vítima. A promotora de Justiça Saraah Seben Fiamoncini destacou: “Estamos diante de um crime bárbaro, praticado com meio cruel, por motivo fútil e com evidente intenção homicida. A sociedade não pode tolerar tamanha violência, especialmente contra mulheres.”

O acusado responde aos crimes de tentativa de feminicídio e duas de homicídio, qualificadas por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas.

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