Com capacidade para 72, mas atualmente com 335 detentos – sendo 28 mulheres –, o presídio regional de Mafra começou o ano bastante movimentado. Cerca de 180 presos participaram de um motim na quarta-feira da semana passada, dia 7, segundo o diretor da unidade, Airton Hammerschmidt. Por isso, as visitas foram suspensas em determinadas alas. “Cortamos esse benefício temporariamente, até restabelecermos a ordem e as celas serem consertadas”, explica.
A unidade de São Bento
Em dezembro foi escolhida a empresa que fará a terraplanagem da área de 65 mil metros quadrados que abrigará a futura Unidade Prisional Avançada de São Bento do Sul. O terreno fica no bairro Lençol, às margens da BR-280. O secretário regional Abel Schroeder ressalta que os R$ 600 mil para a terraplanagem estão disponíveis para a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Mafra. “Os recursos já foram descentralizados”, diz. “Agora, só falta assinar o contrato”, esclarece.
Abel informa que, “provavelmente na próxima semana”, ocorrerá a assinatura do contrato e a emissão da ordem de serviço para a Paviplan – vencedora da licitação – iniciar os trabalhos. Segundo o secretário regional, na sequência será feita outra licitação, para início das obras físicas propriamente ditas. A unidade, que terá cerca de 300 vagas, receberá investimentos aproximados de R$ 20 milhões, via Pacto por Santa – Segurança Pública. O terreno foi doado ao governo estadual pelo Grupo Rudnick.
Conforme o diretor, como houve identificação de alguns participantes ligados diretamente ao ato, eles foram submetidos às chamadas medidas de segurança e podem ser transferidos definitivamente para outras unidades prisionais catarinenses. De acordo com Airton, porém, uma parte dos detentos continua recebendo visitas normalmente, as quais ocorrem uma vez por semana, durante cerca de três horas.
Cerca de 40% do detentos são de São Bento do Sul, explica o diretor. Também há presos de Mafra, Rio Negrinho, Papanduva, Itaiópolis e outros municípios. O presídio regional deveria comportar apenas presos ainda não condenados, os chamados presos provisórios. Porém, segundo Airton, quase metade dos detentos – 150 pessoas – já recebeu condenação e, portanto, deveria estar em penitenciárias. O diretor do presídio diz que a construção da unidade prisional de São Bento do Sul deve desafogar sobremaneira o local.
Protesto
Na semana passada, grupo de mães de alguns dos internos foi até o Fórum de Mafra para protestar pela decisão. Elas alegam que seus filhos não estiveram envolvidos na confusão e, mesmo assim, acabaram sendo punidos da mesma forma. Elas pedem que a decisão quanto às visitas seja revista.