O vereador são-bentense Fernando Mallon (PMDB), por meio de colegas de partido, tomou conhecimento das colocações feitas pela vereadora campo-alegrense Ana Lúcia Piski (PMDB), durante a sessão de segunda-feira à noite. A parlamentar criticou o vereador de São Bento do Sul alegando que não o viu fazer nada de positivo para garantir a implantação do tratamento de quimioterapia no município. Além disso, reprovou as reclamações feitas por ele sobre falta de apoio financeiro dos municípios vizinhos, como Rio Negrinho e Campo Alegre, para auxiliar na manutenção da UTI e da futura quimioterapia. “Ele pode ficar tranquilo que não vai sair do bolso dele para tratar os moradores de Campo Alegre e de Rio Negrinho”, criticou a vereadora. “Estou muito indignada”, arrematou.
Ana Lúcia Piski retornou aos trabalhos na sessão da última segunda-feira, após um período de 15 dias em recuperação por conta de um procedimento cirúrgico. Ela disse ser lamentável que uma pessoa com o conhecimento de Fernando Mallon e pela experiência dolorida que viveu recentemente perdendo a esposa com câncer tenha falado algo dessa natureza. Segundo ela, ele ainda precisa dar graças que teve condições de pagar pelo tratamento da esposa, enquanto muitos não têm e apelam para o tratamento no setor público.
REBATENDO AS CRÍTICAS
Fernando Mallon (PMDB) respondeu as críticas feitas pela vereadora Ana Lúcia Piski (PMDB), de Campo Alegre. “A vereadora decidiu me atacar pessoalmente, muito provavelmente para defender o deputado Antonio Aguiar (PMDB), de quem é cabo eleitoral”, rebateu.

O são-bentense ainda fez questão de lembrar que, quando ainda era prefeito de São Bento, em 2008, − junto aos ex-prefeitos vizinhos, Renato Bahr, de Campo Alegre, e Alcides Grohskopf, de Rio Negrinho − conseguiu evitar que a referência em oncologia saísse de Joinville e fosse para Porto União. “Conseguimos que a referência fosse transferida para Jaraguá do Sul, evitando que nossos pacientes fossem obrigados a se deslocar para muito mais longe. Mas, após essa conquista, passei a brigar para que a quimioterapia viesse para São Bento, com o objetivo de beneficiar os pacientes de nossa cidade, mas também de Campo Alegre e Rio Negrinho”, disse.
Mallon ainda lembra que o assunto foi levado para a campanha eleitoral de 2012, com intuito de não deixar morrer na casca. “Durante a campanha eleitoral de 2012, uma das minhas bandeiras foi a vinda da quimioterapia para São Bento, para beneficiar os três municípios. Com a morte de minha esposa, em março de 2013, fiz do projeto de quimioterapia a minha luta pessoal. Organizei a audiência pública na Câmara de Vereadores, que contou com o apoio dos prefeitos das três cidades. Se a vereadora pensa que a quimioterapia vai vir para São Bento do Sul porque o governador ou o deputado Aguiar são bonzinhos, está muito enganada. As conquistas só vêm por causa da pressão popular. Toda a população comprou a briga e exige do governo do Estado esse importante serviço de saúde”, completa.