Um ano difícil para as exportações moveleiras

Acisbs e Sindusmobil apontam os motivos para a queda das vendas no comércio exterior

• Atualizado 2 meses atrás.

 

Santa Catarina exportou US$ 11,6 bilhões no ano passado. Mesmo com o volume expressivo, o valor significou um recuo de 3,3% na comparação com 2022, segundo o Observatório Fiesc. As entidades empresariais fazem um baçanço de como foi o ano do comércio exterior no Estado e na região.

Estados Unidos, China, Argentina, México, Chile e Japão formam a lista dos maiores destinos das vendas de Santa Catarina ao exterior. “Um aspecto a comemorar é que, pelo terceiro ano consecutivo, os Estados Unidos se mantêm como principal destino das exportações de produtos manufaturados, ou seja, da transformação industrial catarinense”, observa o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar.

As indústrias de madeira e móveis estão entre as que mais venderam para o exterior em 2023. Porém, o segmento também registrou queda se os números comparados aos dados de 2022. No caso do segmento madeireiro-moveleiro, ainda não há dados contabilizados quanto às vendas efetuadas no ano passado.

Segundo a Fiesc, um dos principais motivos da queda das exportações é a desaceleração econômica contabilizada na Europa e nos Estados Unidos. “Realmente esses dois mercados (Europa e EUA) estão passando por um momento delicado economicamente, e isso reflete totalmente em nossas empresas exportadoras”, aponta o presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), Gilmar Weiss.

“São vários fatores que podemos identificar, e que influenciam nessa situação. Tais como altas taxas de inflação, taxa de desemprego em torno de 3,8% (um indicador-chave para a saúde da economia) e altas taxas de juros, fazem com que afetem o poder aquisitivo de produtos não essenciais para EUA, como é o caso dos móveis. Outro fator que conta nessa balança é a desaceleração do PIB nos Estados Unidos”, acrescenta Gilmar.

“Já na Europa, a inflação, embora em queda, ainda está alta em comparação aos padrões normais. E, para controlar isso, eles aumentam a taxa de juros, os empréstimos se tornaram mais caros, incentivando as pessoas a economizar e desacelerando o consumo”, expõe o presidente da associação empresarial são-bentense.

Internamente
Gilmar registra que “fatores políticos internos”, comoa valorização Real, deixam os produtos nacionais menos competitivos em outros países.

“Mesmo havendo um esforço grande em vender – e ainda vende-se bastante, de certa forma -, a tendência é, que ano após ano – se mantendo esse cenário –, a tendência é de queda nas exportações”, relata o presidente, registrando que que 2023 “foi um ano complicado para indústria exportadora”, o que, obviamente, refle na economia de São Bento do Sul.

Otimismo para 2024
“Por mais que estejamos passando por momentos ruins, devemos ter otimismo em 2024, tendo em vista alguns fatores. A economia dos Estados Unidos – grande cliente nosso – cresceu mais do que o esperado nos últimos meses de 2023, fechando com uma expansão do Produto Interno Bruto de 2,5%, acima dos 2,1% de 2022. Outro fator é o ano eleitoral em curso, existe um esforço lá para aquecer a economia, que já teve um crescimento no último trimestre de 3,3%. Internamente, estamos vendo um movimento que tende a manter a Selic sem muitas alterações e a expectativa é que a valorização do Real também se mantenha estável”, encerra Gilmar.

Análise do Sindusmobil
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil), Luiz Carlos Pimentel, também faz a sua análise. “A queda nas exportações de móveis ainda é um reflexo da acomodação do mercado mundial, após as altas vendas registradas no período da pandemia”, cita.

Segundo ele, no retorno à normalidade, com o fortalecimento do turismo e dos serviços de lazer e gastronomia, houve redução na procura por produtos de consumo.

“Paralelamente, a falta de matérias-primas daquele momento e questões relacionadas ao mercado financeiro global fizeram aumentar a inflação. Esses fatores se refletiram na queda da venda internacional de móveis”, completa Pimentel.


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